Apreensões de cocaína no porto de Paranaguá ultrapassam 30 toneladas; major é investigado

Policial
Paranaguá (PR) | 22/06/2022 | 09:35

Informações: G1PR
Foto: Receita Federal

Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que o porto de Paranaguá (PR) é um dos principais usados por uma organização criminosa internacional. A suspeita é que o grupo seja comandado por Sérgio Roberto de Carvalho, ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, preso na Hungria, na terça-feira (21) sob a acusação de tráfico de drogas. O investigado é natural de Ibiporã, no norte do Paraná, e é conhecido como o "Pablo Escobar brasileiro".

De acordo com a Receita Federal, do início de 2018 ao fim de maio deste ano, mais de 31 toneladas de cocaína foram apreendidas no porto de Paranaguá. As investigações da PF indicam que a maior parte das remessas pertencia à organização criminosa. Segundo a PF, o esquema envolvia envio de drogas de várias formas, até mesmo em máquinas. Em uma delas estavam 900 quilos de cocaína que iriam para a Holanda.

A Polícia Federal identificou pelo menos 70 remessas de cocaína feitas para Europa, África e Ásia. Portos como os de Paranaguá e Natal (RN), eram usados pela quadrilha do ex-policial militar suspeito para envio de drogas para o exterior.

Conforme a PF de Curitiba (PR), o órgão pedirá pela extradição do ex-major para o Brasil e, por isso, os detalhes burocráticos estão sendo acertados. Outros países da Europa, onde o traficante é investigado, também têm interesse nessa extradição, mas as autoridades brasileiras querem que ele responsa pelos crimes no país dele. "A ideia é fazer o mais rápido possível. Até porque, a gente não sabe qual será o critério utilizado pelas autoridades húngaras para escolher o país para o qual ele será extraditado", disse o delegado da PF Sergio Stinglin.

Segundo a polícia, mesmo com a prisão do ex-policial, o tráfico de drogas no porto de Paranaguá não deve acabar, pois a quadrilha é muito organizada e deve manter as operações, e porque há uma grande demanda por cocaína nos países europeus. A Polícia Federal disse que continua investigando a organização.

Investigado

Sergio Roberto de Carvalho foi preso em uma operação da Interpol na Hungria. Antes, tinha morado na Espanha e em Portugal com diferentes identificações. Ele tem 64 anos e nasceu em Ibiporã, em 1958. A família se mudou para Mato Grosso do Sul quando ele era adolescente. Depois, entrou na PM sul mato-grossense onde trabalhou por 16 anos e se aposentou como major.

Além do tráfico de drogas, o ex-major também foi investigado por envolvimento com máquinas caça- niqueis e cassinos clandestinos. Durante a pandemia, conforme as investigações, ele chegou a forjar a a própria morte por Covid para tentar escapar da Justiça. Usou um atestado de óbito falso em nome de Paul Walker, mas foi descoberto.