Avião da LaMia caiu por falta de combustível, conclui Aeronáutica

Geral
Colômbia | 01/12/2016 | 09:22

Informações: Estadão Conteúdo
Foto: Divulgação

As autoridades colombianas apresentaram na quarta-feira (30), em Medellín, as primeiras conclusões sobre o acidente aéreo do voo que transportava a Chapecoense até a cidade para jogo contra o Atlético Nacional, pela final da Copa Sul-Americana. Segundo o Secretário Nacional de Segurança Aérea da Colômbia, Freddy Bonilla, a aeronave da companhia boliviana LaMia estava sem combustível no momento do choque, o que indica a possibilidade de ter existido nos instantes anteriores uma pane elétrica.

"Podemos afirmar claramente que o avião não tinha combustível no momento do impacto. Uma das hipóteses com que trabalhamos é que como o aeronave não tinha combustível, os motores se apagaram e houve pane elétrica, como foi relatado pelo piloto para a torre de controle", disse Bonilla em entrevista coletiva no aeroporto Olaya Herrera, no centro da cidade.

O avião que transportava a delegação da Chapecoense caiu entre as cidades de La Ceja e La Unión, na região metropolitana de Medellín, capital do departamento de Antioquia. As investigações preliminares foram apresentadas pela primeira vez nesta quarta-feira, logo depois do vazamento de conversas de áudio entre o piloto do avião e a torre de controle do aeroporto José Maria Cordóva mostrarem um diálogo desesperado para pousar o quanto antes, já que os tanques estavam vazios.

De acordo com Bonilla, a ausência de combustível é uma desobediência grave às regras do transporte de passageiros. "Qualquer aeronave no mundo precisa ter no mínimo uma quantidade extra de reserva para aguentar 30 minutos além do tempo previsto de voo e ainda mais 5 minutos ou 5% da distância, para que assim se tenha uma segurança. Vamos investigar para saber por que a tripulação não contava com combustível suficiente", explicou.

Os órgãos colombianos confirmaram que o voo fretado saiu de Santa Cruz de la Sierra com destino a Medellín sem previsão para escalas. O tempo do deslocamento seria de quatro horas, porém a queda se deu antes de se chegar a esse prazo. O avião se chocou com uma montanha a uma altitude de 2,2 mil acima do nível do mar, em velocidade aproximada de 250 km/h.

O secretário desmentiu um boato que circulava na Colômbia sobre o voo da Chapecoense ter ficado no ar para ter que aguardar a liberação da pista. Segundo ele, minutos antes da aproximação da aeronave com a equipe catarinense, a pista teve, sim, de receber o pouso de emergência de um voo que saiu de San Andrés, ilha colombiana no Caribe, com destino a Bogotá. Porém, de acordo com Bonilla, isso não fez com que a viagem do time de futebol fosse afetada.

Cronologia dos contados - horário da Colômbia

21h41 - Aeronave da LaMia é autorizada pela torre de controle a iniciar a aproximação ao aeroporto José Maria Cordova, em Rionegro, região metropolitana de Medellín

21h48 - Aeronave da LaMia pede prioridade na pista

21h52 - Voo da VivaColombia que estava sem combustível desvia trajeto entre San Andrés e Bogotá para pouso de emergência na pista

21h52 - Avião que trazia equipe da Chapecoense comunica situação de emergência, com o pedido de prioridade imediata

21h57 - Piloto boliviano faz apelo de falha completa, com pane elétrica e tanque vazio, no último contato com a torre

22h05 - Avião se choca com as montanhas a 250km/h