Brasileiros são suspeitos de realizar assalto milionário no Uruguai

Policial
Uruguai | 13/09/2018 | 08:02

Informações: Diário Catarinense
Foto: Reprodução/El País

Têm sotaque brasileiro os dez bandidos que realizaram semana passada um dos maiores assaltos da história do Uruguai. O ataque a um carro-forte da Prosegur, em frente ao Palácio Legislativo de Montevidéu (sede da Câmara dos Deputados uruguaia), deixou cinco feridos: três seguranças do blindado e duas mulheres que passavam pela rua.

O assalto aconteceu no entardecer do dia 3 de setembro com ruas ainda cheias de gente. Bandidos e agentes de segurança trocaram mais de 50 disparos. A quadrilha levou 4,3 milhões de pesos uruguaios e 51 mil dólares. Somado, o dinheiro chega a quase R$ 1 milhão. Um dos seguranças levou quatro tiros. Ninguém morreu.

Desde então a Polícia Nacional uruguaia empreende uma verdadeira caçada aos autores do roubo. Em dezembro passado outro blindado da Prosegur foi assaltado, também por pessoas que falavam português.

A suspeita dos policiais uruguaios é que o Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa brasileira, esteja por trás dos ataques. Um dos motivos é que, em 18 de janeiro, a Polícia Nacional do Uruguai recebeu do Ministério do Interior um e-mail que alerta aos policiais dos departamentos de Cerro Largo, Treinta y Tres, Artigas, Rivera y Rocha (todos fronteiriços com o Brasil) sobre um provável ataque do PCC a bancos do país vizinho. A informação teria partido de serviços de inteligência do Brasil, que interceptaram conversas de WhatsApp entre integrantes da facção paulista, com planos para ataques no Uruguai.

O contato do PCC no Uruguai seria Luis Alberto "Betito" Suárez, considerado pela Polícia Nacional como o delinquente mais perigoso daquele país. Preso por assaltos a banco em 2012, ele ficou encarcerado até março de 2017. Em liberdade, foi capturado em flagrante em dezembro passado, numa troca de tiros com a polícia. Foi solto há pouco, em 8 de agosto. Há suspeita de que possa ter articulado o roubo ao blindado da Prosegur.

O Diário Catarinense contatou três delegados da Polícia Federal e um da Polícia Civil. Eles confirmam que os suspeitos do assalto em Montevidéu são brasileiros, mas ainda não têm indícios concretos de que seja obra do PCC.