Canil Fron busca novas técnicas para treinar cães de faro

Policial
São Lourenço do Oeste | 12/09/2013 | 11:33

Autor: Marcelo Coan
Foto: Marcelo Coan e PC

Após ter iniciado o trabalho em 2011, numa capacitação em Florianópolis, o Canil de Fronteira (Canil Fron) da 28ª Delegacia Regional de Polícia, com sede em São Lourenço do Oeste, utiliza hoje dois cães nas operações policiais. Um de faro e um de intervenção.

Embora os agentes já tivessem participado de uma capacitação que usa uma nova técnica, conhecida por SOKKS, nesta última semana, em Passo Fundo/RS, os agentes puderam aprimorar o método.

Segundo o agente de Polícia Civil e coordenador do canil de fronteira da 28ª Delegacia Regional de Polícia, Neilan Canabarro, a nova técnica representa a evolução do condicionamento de faro dos cães, pois utiliza micropartículas de odor real de todos os tipos de drogas existentes. Para o treinamento, Canabarro explicou que as micropartículas são impregnadas através de um processo físico-químico em uma espécie de tubo que se assemelha a um filtro de cigarro.

Embora o canil já possua um cão de faro, nesta última viagem os agentes participaram da capacitação com uma cadela da raça Pastor Alemão. Canabarro disse que a nova técnica já foi apresentada ao cão. A intenção é que a cadela possa participar de ações que necessitem do faro. “Em todo o Estado a Polícia Civil tem apenas três cães de faro trabalhando em operações. É muito pequeno o número de cães, já que mandados de busca e apreensão por tráfico de drogas são cumpridos todos os dias e praticamente em todas as cidades”, disse ele.

O agente de Polícia Civil explicou que o treinamento demora, em média, cerca de um ano e meio e, após um período de atividade, o animal precisar ser aposentado.

Na avaliação dele, o Apolo – cão utilizado hoje para operações de faro pelo Canil Fron – deve permanecer na ativa por aproximadamente mais quatro anos. Já a cadela, que recém iniciou o treinamento, a previsão é a de que esteja condicionada em um período de aproximadamente um ano e meio.

Além disso, Canabarro revelou que há um filhote que está sendo avaliado para ver se servirá para o faro. Para o futuro, a intenção é treinar um cão para identificar explosivos.

Treinamento

Embora em algumas oportunidades os agentes viajem para outras regiões, ou mesmo países, para buscar orientações sobre novas técnicas, o agente de Polícia Civil disse que todas as etapas do treinamento – que consiste na apresentação dos ambientes e evolução das técnicas – acontecem em São Lourenço do Oeste.

Canabarro já adiantou que em breve a equipe deve participar em São Paulo de uma capacitação com maior treinador de cães para polícia do mundo.

Com o aperfeiçoamento das técnicas de faro, a intenção do canil é que o cão auxilie para encontrar a menor porção de droga possível para representar materialidade dentro de inquérito policial.

Plantel e estrutura

Hoje, o Canil de Fronteira da 28ª Delegacia Regional de Polícia, avaliado como um dos mais completos do Estado, possui um cão Pastor Alemão que atua em intervenções, um cão Retriever de Labrador que atua em operações de faro, uma cadela Pastor Belga D3 Malinois e uma cadela Pastor Alemão, estes dois últimos estão em fase de treinamento.

Sobre estrutura, Canabarro explicou que o canil possui a disposição dois boxes para acomodar os cães, área de recreação para os animais, sala de apoio administrativo e duas viaturas.
Com a estrutura existente, o canil atua em todo o território estadual, principalmente na fronteira. Quando existe a possibilidade, presta apoio a outras instituições e estados.

Segundo Canabarro, a estrutura do canil é uma das melhores do Estado, pois existe apoio local do delegado regional, Carlos Augusto de Andrade Morbini, Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), promotoria da comarca, Poder Judiciário entre outras instituições.