Com um pé na Série A do Brasileirão

Esporte
Chapecó | 01/11/2013 | 09:16

Autor: Angela Maria Curioletti
Foto: Chapecoense

O ano de 2012 pode ter sido a principal temporada do Verdão. Classificado para a semifinal da Série C, a equipe comandada pelo técnico Gilmar Dal Pozzo conquistou o direito de disputar a Série B este ano, um fato inédito na história do clube e por si só muito comemorado. Mas, o que talvez ninguém esperava ver, nem mesmo a diretoria do clube, era a Chapecoense entre os quatro clubes prestes a subir para a Série A do Brasileirão.

Vice-líder da competição desde as primeiras rodadas, o time, que ainda segue sob o comando de Gilmar Dal Pozzo, precisa trabalhar agora a concentração de atletas e diretoria e amenizar a afobação da torcida. Neste sábado (2), o desafio é contra o Guaratinguetá, fora de casa, e por isso Dal Pozzo treinou variações diferentes e com campo reduzido, a fim de testar os jogadores com situações que pode acontecer no estádio Dario Leite. Para o duelo, o comandante não poderá contar com Tiago Luís, machucado. Vale lembrar que a “Chape” não vence a quatro jogos, todas elas terminando em empate.

O presidente

À frente da Chapecoense está Sandro Luiz Pallaoro, que desenha o cenário do pré-jogo como a partida que poderá dar o acesso do clube. “Sabemos que é difícil, até pelas condições do gramado e pelo adversário que briga para estar em melhor condição na tabela”, diz. O Guaratinguetá ocupa o 12º lugar com 40 pontos, enquanto o verdão do Oeste tem 60 e é vice.

Além disso, “é preciso matar a ansiedade de todos, senão vão matar o presidente também (risos)”, brinca Pallaoro. Com uma semana inteira para trabalhar, Pallaoro se diz aliviado por não ter tido a sequência de jogos a que vinha tendo o time, com viagens e muito desgaste. “Tivemos uma semana tranquila, no domingo e na segunda-feira nós demos folga aos atletas para eles ficarem mais com a família, sair da concentração. O momento é de dar tranquilidade ao jogador, porque nesta hora é mais o lado psicológico do atleta que conta”, garante.

Com Pallaoro está o vice-presidente de futebol, João Carlos Giovanaz, que juntos embarcam com a Chapecoense para o jogo de sábado. O voo é hoje à tarde, às 15h, até São Paulo, e depois a equipe segue de ônibus até Guaratinguetá. O último treino está previsto para a manhã de hoje.

Ex-pato-branquense

Pallaoro lembra com alegria os momentos que passou no Grêmio Industrial de Pato Branco (de 83 a 94) e do “saudoso Dolivar Lavarda”, garantindo que leva a experiência de atleta para a função de presidente. Revive as conquistas na Taça Tarobá (1989/1990 e 1991), de quando foi campeão estadual em 1990 e campeão dos Jogos Abertos em 1993.

“Tínhamos uma união do grupo, um com outro, ajudando, apoiando, dentro e fora da quadra. Uma coisa que sempre coloco é que o atleta é um ser humano, tem seus problemas no dia a dia. Hoje temos isso na Chapecoense”, fala.

Beirando o acesso

O presidente garante que era preciso fazer um trabalho diferente no time, ao contrário de quando se disputava somente o estadual, trabalhando seis meses e folgando os outros seis. O foco era o Brasileirão, mas quando a Chape chegou à Série B, a meta era permanecer com um bom time e fazendo um bom trabalho.

“Mas nas rodadas que ficamos na liderança (no começo), rimos muito e vimos que não era tão difícil estar no Brasileirão, mas sempre com respeito a outros clubes. O fato é que poderíamos conquistar algo maior, colocamos como objetivo subir, mas no início não esperávamos esta ascensão”, celebra.

Sobre dificuldades

Pallaoro sabe que a diferença financeira é grande quando se fala na elite do Brasileirão, mas por outro lado frisa que não é tanto o dinheiro que faz um bom time, referindo-se ao jogador que por muitas vezes ganha menos, mas faz um trabalho melhor do que o mais valorizado financeiramente.

Ele revela que a diretoria tem olhado e mapeado jogadores com potencial que estão em outras séries, inclusive contatando os mesmos, para no momento da Série A já haja a certeza de negociações. “Temos competência para fazer um bom trabalho o ano que vem”, finaliza.