Deputado de SC diz que assédio é 'direito' e 'massageia o ego' das mulheres

Política
Florianópolis (SC) | 13/01/2020 | 09:42

​Informações: NSC
Foto: Alesc

O deputado estadual de Santa Catarina Jessé Lopes (PSL) envolveu-se em uma nova polêmica no fim de semana. Ao criticar ação do coletivo feminista "Não é Não!", que pela primeira vez atuará em Florianópolis (SC), no próximo Carnaval, Jessé disse que o assédio "massageia o ego". 

O deputado afirmou, ainda, que ser assediada é um "direito" da mulher, e que ações de combate são "inveja de mulheres frustradas por não serem assediadas nem em frente a uma construção civil".

O coletivo feminista pretende distribuir tatuagens temporárias com um recado simples, mas bastante claro: Não é Não!. A ideia é combater as situações de assédio a que mulheres estão expostas. O grupo está em busca de recursos, com ajuda de doações, até o dia 16 de janeiro, por meio de uma plataforma online.

O texto do deputado foi publicado na manhã de sábado (11) e tinha mais de mil comentários até domingo à noite. A versão original da postagem foi alterada e o parlamentar acrescentou que se referia a "ser paquerada, procurada, elogiada".

O que diz o deputado

Em entrevista à NSC, na noite deste domingo (12), Jessé Lopes disse que fez as afirmações na rede social porque mulheres feministas dão "sentido errado e extremista" ao assédio. 

Polêmicas recorrentes

Esta não é a primeira vez que Jessé Lopes se envolve em polêmicas em relação a mulheres. No dia 10 de dezembro, provocou uma nota pública da Bancada Feminina da Assembleia Legislativa, depois de publicar uma lista de “conselhos” que atribuiu a feministas para evitar estupros: deixar os pelos do corpo crescerem, pintar e cortar o cabelo “todo errado”, vestir-se mal, não ir à academia. “Resolvido, agora nem mendigo te olha”.

Em maio, a discussão sobre um projeto de lei de combate ao assédio sexual e à cultura do estupro, na Alesc, levou o deputado Jessé Lopes a afirmar, em plenário, que mulheres deveriam prestar atenção às roupas que usam para não chamarem atenção de estupradores. "Se quer andar na rua com sua sainha, com seu shortinho, com seu decote, ótimo. Se você quer chamar atenção de estupradores, sabe os riscos que está correndo", afirmou.