Autor e foto: Marcelo Coan
O ato, realizado na tarde desta quarta-feira (25), busca chamar a atenção da sociedade e, principalmente, do poder público para as condições de trabalho da categoria. O “sirenaço” faz parte de uma mobilização nacional.
Segundo os delegados de polícia da Comarca e da Delegacia de Proteção a Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), Marcelo Marins e Henrique Nantes Valadão, somente neste ano mais de 200 policiais já foram mortos em todo o país. Eles dizem que a classe precisa de reforços, pois a população e, como consequência, o trabalho, está aumentando. “Isso é um alerta as autoridades estaduais e federais”, disse Marins lembrando que quando há morte ou atentado contra familiares de policiais a lei precisa ser mais dura. “Esses marginais precisam ser punidos com um rigor e serem mantidos nas prisões”. Marins falou que os policiais são pagos para trabalhar e os riscos são inerentes ao serviço, mas a classe precisa de apoio e amparo.
Questionado, Valadão disse que o ato busca externar a sociedade a indignação da classe em relação ao tratamento dado aos policiais. Em médio e longo prazo a ideia é discutir a questão de novas contratações. Segundo ele, não está descartada outro tipo de mobilização, caso a classe não receba a atenção merecida. Hoje, segundo ele, a Polícia Civil trabalha com menos de 50% do efetivo previsto em lei.
Além de cobrarem reforços no efetivo e nos equipamentos, os delegados falam em investimentos em presídios para a recuperação dos presos. Marins explicou que hoje não basta apenas separar o bandido da sociedade.
Questionados, policiais dizem que o protesto é também pela falta de atenção que o Estado tem com o policial. Nisso, eles citam a questão da remuneração e condições de trabalho (falta de pessoal, de armamento adequado, de estrutura e apoio). Somam ainda a sensação de impunidade. “Ninguém mais fica preso. A polícia está sozinha. Precisamos da ajuda das outras instituições que compõem o conceito de segurança pública. A polícia está se esgotando”, desabafa um deles.
Embora a ideia inicialmente fosse percorrer algumas ruas da cidade, o “sirenaço” ficou restrito em frente da Delegacia. A limitação do manifesto é em virtude da falta de combustível. A Polícia Militar também participou do ato. Curiosa, a população se aproximou para ver o que acontecia.
Veja o "sirenaço"