Em coletiva, Tomé fala sobre a citação de seu nome em processo da Operação Patrola

Política
São Lourenço do Oeste | 06/09/2016 | 21:56

Autor e foto: Marcelo Coan

Numa coletiva com a imprensa no fim da tarde desta terça-feira (6), o candidato a prefeito pela coligação "Experiência, Trabalho e Compromisso" - PSDB e PSD - Tomé Francisco Etges (PSDB) falou sobre a citação de seu nome no processo da Operação Patrola.

Etges disse que ainda não recebeu nenhuma intimação sobre oferecimento da denúncia e portanto os conhecimentos sobre o caso são restritos. “Sabemos apenas que se trata de uma investigação na qual está envolvida uma grande empresa da região, que realiza negócios com a prefeitura de São Lourenço do Oeste a mais de 15 anos. Essa empresa está sendo investigada por possivelmente ter cometido atos criminosos e associação para fraudar licitações”, disse ele lembrando que a investigação que diz respeito a São Lourenço do Oeste está vinculada a compra de duas retroescavadeiras no ano de 2010.

Por ser um período eleitoral, Etges falou que os “fatos assumem contornos interessantes nesse período. Nos causa estranheza que esse assunto esteja sendo conduzido desta forma pelo Ministério Público sem que eu, que estou sendo acusado, tenha recebido qualquer tipo de comunicação a respeito disso por parte do Ministério Público ou do Poder Judiciário”. Ele explicou que até o momento não foi chamado para prestar esclarecimento ou depoimento. “Simplesmente o fato surge”, disse ele lamentando a exploração política acentuada. “Vivo aqui a mais de 50 anos e não tenho nenhuma preocupação quanto o resultado jurídico desse processo”. Para o candidato, a preocupação é quanto ao impacto eleitoral que isso possa proporcionar.

Questionamentos

Questionado se o fato traz prejuízos para a campanha, Etges afirmou que as pessoas de São Lourenço do Oeste o conhecem. Disse ainda ter assumido o Executivo municipal pela primeira vez em 2005 e que todo o sistema de controle existente na municipalidade foi criado pela equipe de governo da época. Ele foi prefeito nos mandatos 2005/2008 e 2009/2012. “Naquele momento nós interrompemos um ciclo perverso que existia na administração municipal”, alfinetou.

Sobre a forma que tomou conhecimento da citação do seu nome no processo, Etges relatou que soube do assunto por meio de matérias publicadas nos meios de comunicação da cidade.

No caso do suposto recebimento de R$ 40 mil pela compra de duas retroescavadeiras – fatos reconhecidos pelo empresário João Leonello Pavin num dos trechos do depoimento –, Etges primeiro disse que se trata de uma informação nova. “Até ontem [segunda-feira] me passaram que era R$ 20 mil”. Ele aproveitou para se defender alegando que “as coisas vão evoluindo que chega a um ponto em que você não sabe do que está sendo acusado”. Além disso, falou que a acusação de suposto recebimento de valores é inverídica. “As pessoas me conhecem. Eu não preciso fazer isso."

Segundo informações do processo, o preço das retroescavadeiras praticado na época girava em torno de R$ 190 mil a R$ 205 mil, contudo, conforme a ata do procedimento licitatório, as máquinas foram vendidas ao município de São Lourenço do Oeste pelo valor de R$ 244,5 mil cada uma. Segundo o Ministério Público, com essa atitude os investigados macularam a norma prevista no artigo 90 da lei das licitações (8.666/93).

Etges justificou a diferença dos valores alegando que a prefeitura na época não tinha intenção de comprar daquele fornecedor, tão pouco daquele modelo e a daquela marca. “Isso está claro em todos os documentos que nós temos desde o início deste processo. A administração obedeceu a uma orientação, quase uma determinação, da Caixa Econômica para abrir o edital e possibilitar que essas máquinas pudessem se encaixar naquela descrição”, narrou Etges, lembrando que as máquinas foram adquiridas com emendas parlamentares de deputados e a tramitação, como de costume, passou por dentro da Caixa Econômica Federal. “Vamos juntar a documentação aos autos. Ela comprova que não houve qualquer direcionamento ou benefício pessoal."

Exploração política

Questionado se o assunto veio à tona por questões políticas, Etges disse que não acredita que o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) tenha agido com essa intenção. Disse também que o MPSC atua com razão quando busca investigar e elucidar os fatos. “O processo se inicia por iniciativa do Ministério Público e é a oportunidade onde todos os citados podem se manifestar e comprovar a lisura do seu comportamento”, disse emendando que por outro lado existe a exploração política em cima dos fatos e está claro no cenário eleitoral de São Lourenço do Oeste.

Informações

No fim, Etges falou que os advogados estão buscando as informações e que o promotor responsável pelo caso não foi localizado, pois estaria em trânsito. “Assim que tivermos a notícia ou recebermos a intimação vamos apresentar os documentos que vão resolver esse problema de forma jurídica. Só espero que a eleição de São Lourenço do Oeste não seja pautada por esse tipo de agressão”, finalizou. Assessores da campanha e correligionários acompanharam a coletiva de imprensa.

Saiba mais sobre o processo que cita o ex-prefeito - http://zip.net/bktsdP