Empresário dono da Havan é alvo da operação que apura fake news

Geral
Santa Catarina | 27/05/2020 | 13:43

Informações: O Município
Foto: Poder 360

A Polícia Federal cumpre nesta quarta-feira (27) o total de 29 mandados de busca e apreensão no chamado inquérito das fake news, aberto em 2019 para apurar ofensas e ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos alvos da operação é o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan. 

De acordo com nota do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do STF, o objetivo das diligências é a investigação de notícias fraudulentas, falsas comunicações de crimes, denunciações caluniosas, ameaças e demais infrações, além da verificação da existência de esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais, com o intuito de lesar ou expor a perigo de lesão a independência do Poder Judiciário e ao Estado de Direito.

Na manhã desta quarta, Hang divulgou nota em que confirma a apreensão de seu computador e de seu celular e disse nunca ter atentado contra o STF ou seus ministros. “Nada tenho a esconder, haja vista que o que eu falo está nas minhas redes sociais, é de conhecimento público. Meu computador pessoal e inclusive meu celular foram disponibilizados para perícia, o que ficará comprovado no decorrer do inquérito”. Em um vídeo para redes sociais, o empresário disse que está tranquilo e que espera que tudo seja esclarecido.

Os mandados foram autorizados pelo ministro Moraes, relator do inquérito no STF, que apura a existência de esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais de notícias falsas contra autoridades da República. A ordens são cumpridas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catariana.

Empresários no financiamento de Fake News

Segundo nota de Moraes, as provas colhidas e os laudos técnicos apresentados no inquérito apontaram para a existência de uma associação criminosa dedicada à disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às instituições, dentre elas o STF, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática.

Ainda, as investigações também apontaram que toda essa estrutura, aparentemente, estaria sendo financiada por empresários que, atuando de maneira velada, fornecem recursos das mais variadas formas para os integrantes dessa organização, inclusive impulsionando vídeos e materiais contendo ofensas e notícias falsas com o objetivo de desestabilizar as instituições democráticas e a independência dos poderes.

Da mesma maneira, relatórios técnicos constataram a existência de um mecanismo coordenado de criação, divulgação e disseminação de notícias ofensivas e fraudulentas por intermédio de publicações em redes sociais, atingindo um público diário de milhões de pessoas, de maneira a expor a perigo de lesão a independência dos poderes e o Estado de Direito.

Alvos da ação

Entre os alvos estão o presidente nacional do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, empresários como Luciano Hang, das Lojas Havan, a ativista bolsonarista Sarah Winter, o blogueiro Allan dos Santos, do site Terça Livre, e o humorista Rey Bianchi. Todos eles se manifestaram em suas redes sociais repudiando as buscas em seus endereços.