Ex-presidente Michel Temer é solto após quatro dias de prisão

Política
Brasil | 25/03/2019 | 21:44

Informações e foto: UOL

O ex-presidente Michel Temer, preso no dia 21 de março em um desdobramento da Operação Lava Jato, deixou a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro no início da noite desta segunda-feira (25).

O emedebista saiu em um carro preto às 18h42, escoltado por um veículo oficial da PF - por ser ex-presidente -, sem falar com a imprensa. Às 19h41, ele embarcou em um avião no aeroporto Santos Dumont rumo a São Paulo, onde aterrissou por volta de 21h15. A saída de Temer ocorreu após concessão de habeas corpus pelo desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

Além do ex-presidente, outros sete suspeitos presos na operação também tiveram seus pedidos de liberdade concedidos nesta segunda. São eles: Moreira Franco, ex-ministro e ex-governador do RJ; João Baptista Lima Filho (coronel Lima); Maria Rita Fratezi (mulher de Lima); Carlos Alberto Costa (sócio de Lima na Argeplan); Carlos Alberto Costa Filho (diretor da Argeplan); Vanderlei de Natale (dono da Construbase) e Carlos Gallo, administrador da empresa CG Impex.

O ex-ministro Moreira Franco deixou o Batalhão Especial Prisional (BEP) de Niterói às 19h16. Outros dois nomes que haviam sido detidos na quinta por prisão provisória foram soltos nos últimos dias: Rodrigo Castro Alves Neves, ligado à Alumni Publicidade, e Carlos Jorge Zimmermann, administrador da AF Consult.

No despacho em que determinou a soltura de Temer, o desembargador Antonio Ivan Athié explicou que antecipou a análise dos habeas corpus por se tratar de uma "questão de liberdade". Inicialmente, o próprio desembargador havia agendado para a quarta-feira (27) a análise dos pedidos de soltura.

Ele argumentou que não havia motivos constitucionais para manter a prisão preventiva de Temer, ainda que houvesse indícios de crimes praticados. A defesa do ex-presidente afirmou que a soltura dele demonstrou que o pedido de prisão preventiva foi "abusivo".

Temer recebeu mesmo tratamento que Lula

Assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso na Superintendência da PF em Curitiba desde abril do ano passado, Michel Temer desfrutou de alguns privilégios nos dias em que esteve detido. As condições excepcionais foram garantidas em juízo, quando o magistrado Marcelo Bretas acatou um pedido da defesa e mudou o local de detenção de Temer, que ficaria preso na Unidade Prisional da Polícia Militar do Rio, em Niterói.

"A despeito da manifestação do MPF (...) para que o investigado Michel Temer fique custodiado na Unidade Prisional da PMERJ, entendo que o tratamento dado aos ex-presidentes deve ser isonômico, uma vez que o ex-presidente Lula está custodiado na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba", disse Bretas.

Temer ficou recluso numa sala de aproximadamente 46 metros quadrados, climatizada com ar condicionado central e com sofá, mesa, televisão, cadeiras e chuveiro elétrico. Na sexta-feira, ele se recusou a prestar depoimento.