Ex-secretário e Hassler é exonerado do governo SC: deputado e ex-secretário explicam polêmica da semana

Política
Florianópolis (SC) | 07/02/2020 | 13:59

Informações: Diário Catarinense
Foto: Montagem/Diário Catarinense

Para um, comentário deselegante seguido por uma reação desproporcional. Para outro, uma grosseria sem precedentes. A polêmica envolvendo o agora ex-secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina, Carlos Hassler, e o deputado estadual Valdir Cobalchini (MDB), envolveu críticas que chegaram até o plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e motivaram a exoneração de Hassler pelo governador Carlos Moisés (PSL) nesta quinta-feira (6).

Em entrevista ao programa Notícia na Manhã, na CBN Diário, nesta sexta-feira (7), o ex-secretário e o deputado explicaram os lados da polêmica que teria ocorrido no gabinete da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade na terça-feira (4). Segundo Hassler, havia uma reunião marcada com o prefeito da cidade de Pinheiro Preto e o deputado Cobalchini estava junto da comitiva do município, mas não teria comunicado que gostaria de participar da reunião.

"É de praxe que venha um aviso pelo menos, mas não houve contato nenhum. Quando ele [Cobalchini] entrou na sala eu fui deselegante, disse “eu não esperava o senhor aqui, que estranho”. Ele não gostou, com razão, e perguntou se eu queria que ele saísse. Eu disse que o assunto era entre prefeitura e Estado e perguntei se ele queria sair. É aquele dia em que todo mundo está mal. Ninguém expulsou ninguém, mas eu demonstrei que não tinha gostado da presença. Depois o carnaval que ele fez na Alesc não procede", disse Hassler.

O ex-secretário destacou que manteve o hábito de receber bem deputados de todos os partidos durante o ano passado e que o caso desta terça-feira foi um fato isolado. Questionado se receberia diferentemente algum parlamentar de outro partido, Hassler disse que “nem sabe de qual partido é cada deputado” pois “faz questão de não ter um mapeamento político”.

"Não tenho vocação política, admiro os que têm e conduzem ela de forma ética. Sobre a exoneração, o governador fez o que achou que lhe convinha. Se ele entendeu que deveria, a gente tem que respeitar", completou o coronel da reserva e agora ex-secretário do governo de SC.

Também no Notícia na Manhã, em entrevista ao apresentador Mário Motta, o deputado estadual Valdir Cobalchini apontou o outro lado da história. Para ele, Hassler agiu de “forma grosseira” e já vinha recebendo críticas de outros deputados:

"Eu quis compartilhar o que aconteceu comigo com outros deputados que já foram vítimas. Ano passado já fui sim recebido várias vezes por ele, a secretaria de Infraestrutura é importante, inúmeras vezes estive lá. Algumas vezes fui bem recebido, outras nem tanto. Realmente a morosidade é muito grande, temos rodovias em péssimo estado e não há da parte da secretaria a necessária celeridade.

Cobalchini afirmou também que não agiu “para desestabilizar” o ex-secretário e que aceitou o pedido de desculpas dele e também de outros membros do alto escalão do governo Moisés. "O secretário se comportou mais como um coronel diante de uma tropa do que como alguém que ocupa uma função como ele vinha ocupando. O que eu entendo é que esse não deve ser um comportamento repetido de um secretário cuja missão é servir com respeito e atenção."

Hassler é o primeiro secretário do governo Moisés a deixar o alto escalão. Nenhuma troca ainda havia sido feita na linha de frente, apenas no cargos abaixo. Ele foi escolhido para assumir a função no fim de 2018, durante a transição de governo. 

Thiago Vieira, que agora é o novo secretário, foi indicado para o cargo de adjunto na metade de 2019. É um dos homens de confiança do ciclo de militares próximos ao governador Moisés. Antes disso, ele estava na secretaria de Administração. Vieira é major da PM catarinense.