Governo federal corta R$ 40 milhões de rodovias de Santa Catarina

Geral
Santa Catarina | 07/12/2021 | 08:16

Informações: ND+
Foto: Julio Cavalheiro

O governo federal cortou quase R$ 40 milhões de verbas que seriam destinadas a obras em duas rodovias catarinenses.

A medida foi publicada no dia 29 de novembro e retira R$ 25 milhões da BR-470, no Vale do Itajaí, e R$ 14,6 milhões da BR-163, no Oeste. O fato ganhou repercussão apenas nesta segunda-feira (6) e gerou reações da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e de parlamentares de Santa Catarina.

O senador Esperidião Amin se manifestou sobre o assunto na tarde desta segunda durante a Comissão Mista de Orçamento (CMO). “Não posso dizer que não foi transparente porque foi publicada, mas da maneira mais disfarçada possível”, reclamou.

Já o secretário executivo da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc, Egídio Martorano, recebeu com desgosto o mais novo corte de verbas. “Muita tristeza. Porque a gente já estava contando com o dinheiro do governo federal. Havíamos definido R$ 250 milhões para a BR-470 e R$ 56,8 milhões para a BR-163. E dessas, respectivamente, tirou R$ 25 milhões e R$ 14 milhões. É muito ruim isso. Temos que ver uma forma de reverter”, afirma.

Ao classificar o ato como “muito negativo”, visto que as obras “já estavam sendo postergadas há muito tempo”, Martorano ainda tem esperanças em tentativas de evitar o corte. 

Como foi levantado na coluna de Altair Magagnin desta segunda, o estado de Santa Catarina precisará de R$ 18,5 bilhões de investimentos estratégicos em infraestrutura de transportes entre os anos de 2022 e 2025, algo em torno de R$ 4,63 bilhões por ano.

A maior parte deste recurso é para o modal rodoviário: R$ 14,4 bilhões. Mas, há uma atenção especial também para o modal ferroviário: R$ 928,7 milhões. Um dos grandes desafios é a falta de recursos do próprio governo federal.

De janeiro a novembro, Brasília entregou menos de 40% do que prometeu a Santa Catarina em 2021, considerando o Orçamento Geral da União, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o Programa de Investimento em Logística (PIL). Dos R$ 493 milhões, foram investidos R$ 191,8 milhões, segundo a Fiesc.