Pais acampam em frente às escolas para matricular seus filhos

Geral
São Lourenço do Oeste | 12/11/2015 | 08:52

Autor e fotos: Angela Maria Curioletti

Dezenas de pais se aglomeraram em frente às escolas municipais de São Lourenço do Oeste desde a manhã de ontem, quarta-feira (11), na busca por uma vaga para seus filhos. A cena não é novidade para muitos deles, que há vários anos enfrentam esta situação. A diferença é a de que, a cada ano, eles precisam chegar cada vez mais cedo na fila de espera.

O profissional de mídia Claudio Ludwig foi o primeiro a chegar no Ginásio Municipal de Esportes Adilson Rogério da Croce, no Centro. Às 6h45 de quarta ele já estava na fila, tentando uma vaga para o filho que ingressará no Nível I da EBM Santa Maria Goretti. Ele diz achar um absurdo São Lourenço do Oeste já estar nesta situação, uma cidade relativamente pequena, mas que os pais precisam enfrentar longas filas.

Em outras escolas, a mesma situação. O aposentado Antônio de Camargo Martins, 74 anos, estava na fila da EBM Irmã Cecília. Responsável pela neta, ele conta que precisava matricular ela no 1º ano. Ele chegou na escola por volta das 20h de quarta e diz só não ter chegado antes porque não sabia que haveria tantas pessoas. “Nunca tinha feito matrícula para ninguém”, diz.

O metalúrgico Clóvis Spadatt deixou o filho mais velho, Anderson, na fila às 15h, para depois trocar com ele ás 18h. Ele tem uma menina que vai para o 1º ano em 2016. Ronaldo Feuser foi outro que chegou cedo, às 17h30, para tentar matricular a filha no 1º anos. Para técnico em telecomunicações, a Secretaria Municipal de Educação deveria estudar uma maneira de remanejar os alunos automaticamente, principalmente os que estão passando dos Centros de Educação Infantil Municipal (Ceims) para as outras escolas.

Rosane Gonçalves trabalha como pacoteira e instalou uma barraca no pátio da EBM Irmã Cecília para tentar uma vaga para os filhos, 1º e 3º ano, mesmo um anúncio do lado de fora da escola dizendo que não havia mais vagas para o 3º ano. O problema, ela conta, é que nas outras escolas o aviso de falta de vagas para esta turma era o mesmo.

Para evitar que as pessoas furassem as filas, os pais se organizavam com listas de senhas. Na EBM Irmã Cecília, às 23h30 eram 33 pessoas aguardando vaga. Já na EBM Santa Maria Goretti, outras 23 pessoas estavam na fila.

Todas as pessoas ouvidas pelo portal Minutta relataram também que os servidores municipais têm preferência na escolha das vagas e que elas já são garantidas para eles.

Resposta

Andreia Tecchio, diretora da EBM Irmã Cecília, diz que as filas acontecem pela preferência dos pais por determinada escola e garante que não faltam vagas na rede municipal. Com cerca de 600 alunos, a escola divide espaço com a EEB Sóror Angélica e Andreia diz que, em 2016, o número de alunos do Estado vai aumentar, por isso a escola municipal perdeu algumas vagas, por conta do espaço físico. Além disso, a EBM Irmã Cecília vai receber os alunos da extinta São Valentim, no distrito de Presidente Juscelino.

Conforme informações da Secretaria Municipal de Educação, São Lourenço do Oeste tem aproximadamente 3,8 mil alunos na rede municipal entre as 12 escolas.

A secretária de Educação, Lucia Iliane da Costa, a Juca, é enfática ao dizer que existe vagas para todos os alunos da rede municipal, mas a pasta não garante turno e nem a escola. "Por isso temos o transporte escolar que garante locomoção e comodidade para todos", diz. Mas, se realmente houver mais demanda do que turmas, a secretaria irá abrir novas vagas.

Questionada sobre os servidores municipais terem preferência na escolha das vagas, Juca diz que isso já vem de outras administrações municipais, "não é uma coisa de agora".