Pato-branquense será voluntário na Copa

Esporte
Pato Branco | 30/05/2014 | 09:01

Autor: Angela Maria Curioletti
Foto: Arquivo pessoal

Ele já tem experiência como voluntário em grandes eventos, pois trabalhou nos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Brasil, mas agora é diferente. Quando se candidatou para trabalhar gratuitamente na Copa do Mundo 2014, Luiz Mendes da Silva buscava realizar um sonho de infância: ver uma Copa longe da televisão e perto dos gramados.

Lula, como é conhecido, diz lembrar-se da Copa de 82, “o timaço do Brasil”, depois a de 86, “a hegemonia Argentina”, a de 90, 94, 2002, e por aí vai. “A Copa do Mundo faz parte da minha vida e acredito que da de muitos brasileiros. Estarmos realizando uma Copa em nosso país é para mim algo muito especial, eu não poderia perder a oportunidade.”

Quando se candidatou para ser voluntário do Mundial, Lula queria ver mais do que os jogos da beira do gramado. Ele explica que pensou na oportunidade de contribuir de alguma forma para a realização do maior evento do futebol do mundo, “por ser professor de educação física e por entender que posso aprender muito participando de um evento desta envergadura”.

Ser um voluntário

Existe todo um processo para ser voluntário. Após as inscrições no site da Fifa, os selecionados realizaram dinâmicas de grupo em Curitiba, passaram por entrevistas de perfil, em inglês e fizeram cursos on-line. Foram 210 mil inscritos no site da Fifa para 15 mil vagas, incluindo estrangeiros. Em Curitiba são dois voluntários colombianos, dois argentinos, um americano e um canadense.

Lula acredita que foi selecionado por já ter trabalhado no PAN 2007, no Rio de Janeiro, além de ser comunicativo e demonstrar certa liderança nas dinâmicas em grupo.

Treinamento

No último fim de semana, o pato-branquense esteve em Curitiba passando por um treinamento junto com os outros voluntários. Entre os requisitos básicos estão a cordialidade, a educação, a prestação de bons serviços, a aparência, o bom relacionamento e outros.

Eles foram orientados sobre as áreas de atuação, sendo elas: Field of Play (campo de jogo); área de competição; áreas públicas; área operacional; área vip; tribuna de imprensa, centro de mídias, área de hospitalidade e serviços ao espectador.

Para trabalhar, os voluntários recebem uniforme, café, almoço e jantar. Dependendo da escala, ainda há lanche e água, além de brindes dos patrocinadores do evento. No uniforme? Uma mochila, uma calça, um calção, três meias, um tênis, dois agasalhos, um blusão corta vento, duas camisas manga longa, duas camisas manga curta, uma toca, um par de luvas, boné e cinto.

Sobre as manifestações

Lula garante que não viu nenhuma manifestação em torno dos estádios que estive - Arena Porto Alegre e Arena Curitiba, mas a orientação da Fifa é para que os voluntários evitem transitar nas ruas com o uniforme.

Para ele, é evidente que todos sentem a pressão das manifestações, pois todos estão insatisfeitos com a segurança pública, a saúde, a educação, o transporte público. “Sofri constrangimento no ônibus ao apresentar a credencial da Fifa. O cobrador liberou minha passagem e gritou para todos ouvirem: ‘Olha aí o filho da Dilma, não paga passagem, já liberei uns dez desse hoje’. Lula diz entender as razões que levam o povo a se revoltarem.

Orgulho

Dentro ou fora dos gramados, assistindo de casa ou dos estádios, o voluntário pato-branquense diz que somos todos brasileiros e devemos ter orgulho do país. “Os corruptos não nos representam, os estádios superfaturados não são nossa culpa”. Lula diz ser extremamente a favor da realização da Copa apesar de todas as deficiências, pois o evento vai aquecer o comércio, inovar e acelerar obras de infraestrutura, trazer turistas, melhorar a segurança e as telecomunicações, além de gerar empregos.