Ponte Hercílio Luz: em meio a atrasos, reforma total custará ao menos R$ 618,9 milhões

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Florianópolis | 19/05/2018 | 12:11

Informações e foto: Diário Catarinense

O Governo do Estado gastará pelo menos R$ 618,9 milhões em contratos destinados para recuperação, restauro, pequenas reformas, manutenção ou elaboração de projetos de engenharia para a ponte Hercílio Luz, em Florianópolis (SC).

Até sexta-feira (18) haviam sido usados R$ 481,8 milhões, mas há recursos a serem aplicados até o fim da recuperação, inclusive com mais um aditivo, desta vez de R$ 37 milhões. O Diário Catarinense reuniu 20 contratos firmados desde 1990 – oito até 1999, sete nos anos 2000 e oito desde 2010 –, além das doações feitas por empresas via Lei Rouanet, entre 2012 e 2014. Eles resumem a história de um monumento marcado pelas recorrentes postergações de prazos e desperdício de dinheiro público.

Recentemente, o governo catarinense voltou a deixar a obra sem prazo para conclusão. Quando assumiu o cargo de governador, em fevereiro, Eduardo Pinho Moreira deu sinais de falta de continuidade à intenção do ex-governador Raimundo Colombo de investir na obra. Em entrevista à NSC Comunicação, admitiu: "O mérito da obra é do Colombo, ele se dedicou a isso, colocou como prioridade. Eu não sei se teria feito o mesmo, porque acho que o método é dele".

A nova indefinição traz à memória as incontáveis notícias de aumentos de custos. No levantamento exclusivo da NSC Comunicação, os valores originais dos contratos foram corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, usando como meses de referência dezembro do ano em que o respectivo contrato foi firmado em comparação com o valor real em dezembro de 2017. A análise foi feita com a orientação de Nazareno Loffi Schmoeller, chefe do Departamento de Economia da Universidade Regional de Blumenau (Furb).

Um dos carrascos de uma obra tão longeva é a inflação. Apesar do período mais crítico desse aspecto ter sido vivenciado até 1993 no Brasil, desde o Plano Real (implantado em 1994) até dezembro do ano passado o IPCA registrado no país foi de 392%, segundo o IBGE. A correção permite observar que o gasto médio por década com a ponte tem ficado em torno de R$ 153 milhões. Entre 2002 e 2008, houve a maior aplicação de recursos: R$ 231,8 milhões. Como há previsão de aditivos e está empenhada mais verba, que soma R$ 132 milhões, esta década vai superar a anterior.