Rodovia 'quebrada' em SC causa dor de cabeça a motoristas há quase dois anos

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Doutor Pedrinho (SC) | 07/09/2024 | 09:14

Informações e foto: NSC

Uma rodovia “quebrada” vem causando dor de cabeça aos motoristas que precisam trafegar pela SC-477, no trecho de Doutor Pedrinho. O trânsito na região segue interditado desde dezembro de 2022, quando uma cratera surgiu no local por conta das fortes chuvas que atingiram o Médio Vale do Itajaí, à época. De lá para cá o buraco aumentou e os moradores seguem aguardando respostas para resolver o impasse que já dura quase dois anos.

A reportagem da NSC TV foi atrás de explicações. Imagens aéreas feitas pelo cinegrafista Adriano Da Nahaia revelam uma rodovia com rachaduras, blocos que deslizaram e um asfalto que cedeu. O trecho fica na altura do Km 133 e está interrompido para a passagem de veículos, conforme mostram os registros abaixo.

De acordo com relatos dos moradores ao repórter Felipe Sales, a cratera já passou dos dois metros de profundidade. A população ainda ressalta que o maior problema não é só o bloqueio da pista, que impede o vaivém dos carros e caminhões, mas as consequências que isso traz para o turismo e a economia regional.

Jaime José Justino, por exemplo, é dono de uma pousada em Doutor Pedrinho, junto com a esposa. Ele conta que vem sentindo na pele o impacto que essa interdição está causando para áreas que dependem desse acesso na SC-477. "Durante a semana o fluxo de caminhões é intenso, né? O transporte de madeira da região, a produção de arroz, tem um fluxo de caminhões que fazem o trajeto por essa estrada para encurtar o acesso deles até a BR-101. E agora pessoal está vindo menos. Do Paraná, do Oeste", disse em entrevista à NSC TV.

Licitação suspensa

A SC-477 nasce em Indaial e termina em Canoinhas, no Planalto Norte. Os motoristas que dependem do trecho usam, atualmente, um desvio por uma estrada de chão. Acontece que em períodos chuvosos forma-se lama no local, o que leva caminhões a atolarem na região e a bloquear essa outra alternativa de passagem encontrada pelos condutores.

Em dias assim, é comum que os caminhoneiros precisem de resgate e, dependendo do trajeto, só conseguem terminá-lo pela BR-280, aumentando o percurso em até 100 quilômetros.

O secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina, Jerry Comper, explica que uma licitação foi aberta em março deste ano para a obra de recuperação do trecho. Antes disso, durante um ano e três meses, foram feitos estudos técnicos para avaliar os estragos causados na rodovia.

"Essa obra saiu fora da curva daquilo que já foi apresentado em Santa Catarina porque houve uma mudança de estrada. Ela baixou. Então foi muito além do que a gente pega praticamente todos os dias. É um estudo técnico e demorado. Infelizmente é assim", disse à NSC TV.

A licitação, no entanto, teve de ser suspensa porque uma das empresas que se candidatou para ser a responsável pela obra ficou em segundo lugar e contestou o resultado. Agora, é necessário aguardar — mais um pouco — por uma decisão judicial que solucione este outro impasse.

Há cerca de três semanas, um segundo trecho que também estava interditado por causa das chuvas foi liberado, no Km 160. A via ainda precisa receber asfalto, o que está programado para ocorrer agora em setembro.

"Nós dependemos agora da Justiça para ela avaliar e ver quais os trâmites que nós vamos seguir. Eu acredito que vamos ter logo, logo, a homologação para que eu possa assinar e a empresa começar o mais rápido possível aquele trecho que é tão importante", diz o secretário Comper, confiante.