Transporte coletivo: empresários questionam sistema e dizem não terem sido consultados

Geral
São Lourenço do Oeste | 27/10/2015 | 11:23

Autor e foto: Angela Maria Curioletti

A administração municipal de São Lourenço do Oeste realizou no dia 6 de outubro uma audiência pública para apresentar o estudo do transporte coletivo, iniciado em 2012. Empresários, lideranças sindicais, funcionários públicos e membros da sociedade em geral puderam conhecer dados técnicos do levantamento, número, roteiros e horários das linhas, custo do sistema e preço das passagens. Conforme o Executivo, todos os empresários foram ouvidos para que se pudesse chegar aos dados atuais, mas há quem diga o contrário.

Alberi da Silva garante não ter sido procurado pela administração municipal e ficou sabendo do que está acontecendo através do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias na Construção Civil e Mobiliário (Sinticom). Hoje, a empresa em que Alberi representa possui 25 funcionários utilizando serviço de transporte, pago totalmente pela empresa. “Já é um valor bem alto e por isso não podemos concordar com uma coisa que vai dobrar o valor para o empresário. Não somos contra o transporte na cidade, mas não podemos aderir a um valor absurdo”, diz ele referindo-se ao preço proposto pela prefeitura, de R$ 2,65 aproximadamente. Hoje, as empresas lourencianas pagam em torno de R$ 1,30 pela passagem.

Daniel Lazaron é outro empresário que confirma não ter sido ouvido pelo Executivo. Na empresa que representa, cerca de 35 pessoas utilizam transporte, mas aproximadamente metade delas moram no interior e não estão beneficiadas com as linhas apresentadas pelo município. “O que a gente questiona é que o estudo foi feito pelo número total de trabalhadores das empresas. Então dos nossos mais de 200 funcionários apenas 35 utilizam o transporte”, diz Lazaron. Para ele, de nada adianta um ônibus andar 500 metros em círculos dentro da cidade quando poderia fazer a rota inteira, passando por todo o município. “São estes custos que não estamos aceitando, queremos saber de onde eles estão tirando”, acrescenta.

O empresário diz saber da importância do transporte coletivo na cidade. “Temos bairros distantes do centro e pessoas que não tem automóvel para se locomover, mas da forma como está sendo posta, principalmente quanto ao custo, nos não concordamos”. Lazaron comenta achar estranho a audiência pública ter sido marcada no dia do Fórum Empresarial realizado pela Associação empresarial de São Lourenço do Oeste (Acislo), pois sabíasse que quase todos os empresários estavam envolvidos naquele evento, “já ficamos com uma pulga atrás da orelha, mais uma prova de que os empresários realmente não foram consultados”.

Discussão

O Sinticom montou um documento que reúne assinaturas de empresários que dizem não terem sido consultados pelo governo municipal sobre o transporte coletivo. O objetivo é que se faça um novo debate sobre o assunto e se apresente um novo estudo, com valores mais baixos e número de linhas menores, como exemplos.

Conforme a assessora jurídica do sindicato, Poliana Haag, o estudo da prefeitura mostra que apenas quatro empresas da cidade estão sendo beneficiadas com os horários das linhas. Poliana diz que o Sinticom fez outro estudo com algumas conclusões e gostaria que o Executivo analisasse com os empresários para que, juntos, haja consenso.

Linhas

De acordo com o estudo, o sistema começará com oito linhas. A intenção é que haja ligação entre os bairros e centro. O sistema também contemplará os distritos de Presidente Juscelino e Frederico Wastner. Confira:

Meneguetti / 12 horários
Cardoso / 17 horários
Portal / 12 horários
Santa Catarina / 17 horários
Linha circula Progresso / 14 horários
Progresso – São Francisco / 19 horários
Efaislo – São Francisco / 11 horários
Linha São Francisco/
7 horários