Autor: Marcelo Coan
Foto: Arquivo/Minutta

Numa sessão em que houve a votação de apenas um requerimento, alguns vereadores aproveitaram a tribuna livre para defender o exercício no Legislativo. O posicionamento ocorre após a aprovação de um aumento de 20% no subsídio dos vereadores para o mandato 2017/2020. O assunto foi o cerne de algumas discussões nos últimos dias.

Vânia Antonia Garbin Baldissera (PMDB) iniciou o discurso alegando que a função do vereador não se limita a sessão ordinária e, por isso, durante os últimos dias participou de alguns eventos e reuniões. Queixando-se ao presidente, a vereadora disse que o conceito da sociedade em relação ao vereador é negativo. “Cada vez mais vai se agravando, pois a gente se depara com esse cenário político em que muitos se envolvem em corrupção e em atos que denigrem os políticos e a política."

Além de cobrar mais eficiência na divulgação das ações da Casa de Leis, Vânia disse que o Parlamento Jovem pode ser usado para divulgar a importância do Legislativo. Se utilizando da Lei Orgânica do município, ela disse que os vereadores têm a função de legislar. Falou que é o Executivo que faz obras e investimentos.

Citando o concurso público realizado no domingo (22) para preenchimento de vagas na Câmara Municipal, Vânia disse que para o cargo de procurador, cujo salário gira em torno de R$ 4 mil e carga horária de 20 horas semanais, houveram 54 inscritos. “Nesse ano vai haver outro concurso. Nove vagas. Subsídio bruto de R$ 4.490. Carga horária de 160 horas semanais, pois vereador é vereador independente de horário”, disse ela lembrando alguns requisitos para disputar a vaga e questionando quantos vão se candidatar.

Edu Antonio Borges (PT) endossou as palavras de Vânia e disse que a defesa é importante para a representação do Legislativo.

Alex Cledir Tardetti (PMDB), que foi sabatinado por diretores e representantes de empresas associadas a Associação Empresarial de São Lourenço do Oeste (Acislo) na segunda-feira (23), disse que os vereadores são cobrados e procurados diariamente. “Sempre que há crítica sobre qualquer classe política começa pelo vereador. Isso porque é o vereador que está na comunidade”, disse ele alegando que o legislador é o “para-choque” de outras classes.

Tardetti aproveitou o espaço para dizer que o momento é sazonal e que as coisas se transformam rapidamente. “Quando você analisa a política externamente, como eu fazia, você tem uma visão, uma experiência e acha que funciona de uma forma. Quando você está dentro da política a visão é outra”, resume.

Os vereadores também cobraram a participação da população nas sessões. Nesta terça-feira (24), com exceção dos meios de comunicação, não havia ninguém acompanhando os trabalhos do Legislativo.