Autor e foto: Marcelo Coan

Na tarde desta quinta-feira (6), alunos que integram o programa Sanitarista Junior da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) conheceram o processo de inspeção de uma agroindústria de São Lourenço do Oeste. Os 23 alunos são da Escola Básica Municipal (EBM) Nossa Senhora de Lourdes, do distrito de Presidente Juscelino. A escola é uma das 20 no Estado que integram o projeto piloto.

Milton Kasper, um dos coordenadores do programa e médico veterinário da Cidasc, conta que o objetivo é repassar informações sobre educação sanitária aos filhos dos agricultores. Ele explica que com a visita na agroindústria os alunos encerram a parte de sanidade animal. O foco agora será na área vegetal e na saúde pública.

Segundo Kasper, o objetivo da visita foi mostrar aos alunos como é o processo de industrialização do leite. Antes de conhecerem de perto os processos da agroindústria, os alunos receberam orientações sobre inspeção de produtos de origem animal e os cuidados necessários na hora da produção, transporte e industrialização. Dentro da planta, os alunos puderam conhecer o processo de fabricação de queijos e demais derivados do leite e análises laboratoriais.

Conforme a médica veterinária da Cidasc, Valéria Aparecida Menosso, a atividade desta quinta-feira teve como foco a inspeção de alimentos de origem animal. Durante o tempo que esteve com os alunos, Valéria tentou mostrar o quanto é importante a inspeção, já que hoje há um número grande de focos de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs). “Esse número poderia ser menor se houvesse o consumo somente de alimentos com inspeção”. Além disso, ela chamou a atenção para os alimentos clandestinos, ou seja, que são produzidos sem que haja conhecimento, por exemplo, da origem dos animais. “Eu tenho certeza que eles vão acabar repassando isso para os pais”.

Lúcia Iliane da Costa, a Juca, secretária de Educação de São Lourenço do Oeste, acompanhou de perto a visita dos alunos a agroindústria. “No começo a gente imaginava que o projeto seria bom, mas hoje, com depoimentos dos pais e dos alunos, nós vemos que o projeto é ótimo”. Ela justifica o sucesso argumentando que os alunos envolvidos são filhos de agricultores. Segundo ela, todo o conteúdo visto no projeto pode ser observado ou aplicado no dia a dia.

Projeto

Como é um projeto piloto, hoje o programa abrange alunos preferencialmente do 6° ano de 20 escolas rurais – aquelas que atendem filhos de agricultores – em todo o Estado. São alunos com idade de entre 10 e 12 anos. “Hoje o nosso público alvo é esse. Porém, com o passar do tempo, toda a comunidade escolar acaba se envolvendo”, disse Kasper lembrando que os professores também passam por um treinamento. A intenção é que em poucos anos todas as escolas insiram a transversalidade da defesa sanitária no conteúdo programático.

Conforme Kasper, o programa tem início e fim. Com encontros mensais, a previsão é que seja concluído em novembro com formatura e entrega de certificados. “O aluno vai sair formado Sanitarista Junior”.