Autor e foto: Angela Maria Curioletti

Os primeiros sinais de que a carcaça de um avião da extinta Viação Aérea São Paulo (Vasp) estava chegando à Itapejara D’Oeste chegou através das redes sociais na tarde desta quarta-feira (8). Em uma delas, havia uma foto do Boing 737-200 passando pelo viaduto de Pato Branco, postada por volta das 15h.

Já em Itapejara D’Oeste, o avião atraiu olhares curiosos das pessoas que por ali passavam, e de tantas outras que ficaram sabendo da novidade. O corpo do avião estava em uma carreta, enquanto que as asas ocupavam outra. Os aviões Boeings 737-200 operaram pela Vasp de 1969 a 2005. Funcionam com duas turbinas marcas Pratt e Whitney e têm 49,4 toneladas de peso. A capacidade de transporte é de 15 toneladas com lotação máxima de 118 passageiros em uma classe só. O avião de Itapejara D’Oeste teria realizado seu último voo em 1995, conforme informações extraoficiais.

Moacir Biesuz é irmão do empresário Eloy Biesuz, proprietário da empresa de táxi aéreo Helisul e que arrematou o avião num leilão. Moacir conta que há anos o irmão começou a adquirir veículos antigos, muitos deles do exército, como caminhões, carros e jipes. Mas, não é toa que Eloy trabalha no ramo da aviação, pois a paixão por aeronaves é maior, segundo Moacir.

O avião tem como destino um sítio no interior de Itapejara D’Oeste, onde ele deverá se juntar com as outras relíquias. “Boa parte (dos veículos) está em Francisco Beltrão, guardados, e a ideia é fazer uma espécie de museu, para ficar tudo exposto num único local”, revela.

Leilão

“Ele vai muito para Brasília a negócios, então surgiu o leilão. Ele venceu e no Boing funciona tudo, hoje teria sim condições de voar”, conta Moacir, explicando que o avião será montado e receberá pintura nova, com a bandeira da Helisul.

Moacir diz ainda que o avião foi arrematado por R$ 80 mil, mas a informação é de que a carcaça teria custado R$ 175 mil. Eloy deve chegar à Itapejara D’Oeste na próxima semana, pois está fora do país.

Na estrada

O Boing saiu no dia 23 de dezembro de Brasília, mas houve alguns dias em que ficou parado por causa da chuva, mas também porque passou dos limites de tamanho quando chegou ao Paraná. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o avião tem cerca de 30 metros de comprimento que, somados à carreta, excediam os 30 metros permitidos. Além disso, a carga tem aproximadamente 4,2 metros de largura, quando a autorização é para somente até 3,6 metros. A carga precisou de uma Autorização Especial de Trânsito (AET) para continuar a rodar na rodovia.