Autor e foto: Marcelo Coan
Na última sessão ordinária, os vereadores de São Lourenço do Oeste aprovaram uma indicação, dirigida ao Executivo municipal, que prevê a implantação de programa de controle reprodutivo de cães e gatos. A proposição, embora siga as linhas gerais do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da lourenciana Bianca Croda, foi apresentada na Casa de Leis pelo vereador Alex Cleidir Tardetti (PMDB).
No documento, o vereador justifica que “o controle de animais domésticos visa à profilaxia das zoonoses onde esses animais possam atuar como reservatórios, hospedeiros ou vetores”.
A ideia é a de que o município, a exemplo de outros na região, firme uma parceria ou convênio com clínicas veterinárias a fim de fazer a esterilização cirúrgica dos animais, especialmente os que estão na rua. “Esperamos urgente apoio do governo municipal, pois este monitoramento das populações animais são fatores de risco de transmissão de doenças à população e merece destaque”, diz um dos trechos da indicação.
Bianca explicou que o projeto inicialmente foi desenvolvido com o intuito de criar políticas públicas para animais de rua no município. No texto original, a ideia é implementar ações que possam evitar a proliferação de zoonoses. Paralelo a isso, a sugestão é firmar convênios com clínicas especializadas para a castração dos animais que estariam na rua. Bianca acredita que isso diminuiria o número de animais nas ruas e, consequentemente, alguns problemas de saúde pública.
Interesse
A votação da indicação foi acompanhada de perto por membros da Associação Protetora de Animais Fênix, de São Lourenço do Oeste. Segundo a presidente da entidade, Morgana Kolling, a discussão do assunto faz com que a população passe a enxergar que o problema existe e que o governo é responsável e precisa tomar uma iniciativa para o controle. “A maioria da população enxerga o problema, mas não faz nada para resolver. Apenas quer que ele [animal] saia da sua visão. Isso dificulta muito o trabalho das pessoas que querem ajudar”, reclama ela.
Morgana explicou que a associação discute e trabalha a questão das zoonoses desde o início. Contudo, ela relata que a demanda de animais nas ruas aumentou muito e a Fênix não possui recursos e local para abrigar.
Sobre o projeto, a presidente da Fênix falou que a expectativa é grande. “Agora, é necessário o município, na pessoa do prefeito municipal, manifestar algum interesse sobre o projeto”, disse adiantando que a associação já fez alguns contatos com o Executivo e, por isso, “acreditamos que ainda vai demorar um tempo para esse tipo de projeto ser analisado como importante”.
Feira
Enquanto que projetos e ações de órgãos públicos ficam no papel, a Fênix tem buscado fazer a diferença. Mensalmente, na praça da Bandeira ou em estabelecimentos comerciais parceiros, a associação realiza feiras de adoções. Morgana conta que no dia 19 de setembro uma nova edição da feira será realizada na praça da Bandeira. A previsão é a de que 20 animais estejam disponíveis para adoção das 9h às 12h.