Câmara aprova processo de impeachment contra prefeito de Canoinhas; ele renunciou

Política
Canoinhas (SC) | 06/04/2022 | 09:15

Informações: G1SC
Foto: Reprodução/NSC

Beto Passos (PSD), prefeito de Canoinhas (SC), renunciou ao cargo na tarde de terça-feira (5). O anúncio foi feio pelo advogado de defesa, Marlon Charles Bertol, horas antes da Câmara Municipal votar sobre o impeachment do chefe do executivo municipal. O político está preso desde 29 de março.

A declaração de renúncia foi enviada pela defesa por e-mail para a Câmara e lida na sessão do início da noite. Segundo o texto, a decisão tem razões pessoais, sem relação com o pedido de impeachment. O g1 SC tentou contato com a defesa de Beto Passos, que não se manifestou até as 7h45 desta quarta-feira (6).

Mesmo com a renúncia, a Câmara Municipal votou o pedido para instaurar o processo de impeachment de Passos e do vice, Renato Pike (PL). A solicitação de procedimento para cassação dos mandatos foi aprovada por unanimidade. Com isso, foi montada por sorteio uma comissão avaliadora que deve conduzir os trabalhos. A presidente será Silmara Gontarek (UB), o relator Marcos Homer (Podemos) e o membro Maurício Zimmermann (PL). A renúncia do político não muda o atual cenário da prefeitura de Canoinhas. Pela ordem, assumiria o cargo o vice Renato Pike, que permanece preso. Com isso, se mantém na cadeira de prefeito o presidente da Câmara, Willian Godoy.

Operação

Beto Passos e Renato Pike, foram presos em 29 de março, na sétima fase da Operação Et Pater Filium, que apura crimes de organização criminosa, peculato, fraudes à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro referentes a contratos de prestação de serviços nas áreas de educação e infraestrutura. A operação cumpriu 14 mandados de prisão e 47 mandados de busca e apreensão em quatro cidades do Norte de Santa Catarina e uma no Paraná.

Na ocasião, a assessoria de Canoinhas divulgou uma nota confirmando que Willian Godoy, presidente da Câmara de Vereadores da cidade, assumiu o cargo de prefeito interinamente, "a fim de garantir a continuidade dos serviços públicos municipais". A força-tarefa é fruto do desdobramento das investigações realizadas das fases anteriores da operação que se apuraram crimes contra a administração pública e outros na região do Planalto Norte, envolvendo agentes públicos e particulares.