Informações: ND+
Foto: Corpo de Bombeiros
O caso do pai que matou a filha de 1 ano e 9 meses enforcada está sendo investigado como feminicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. O corpo foi encontrado na manhã de segunda-feira (26), pendurado em uma árvore, em uma área de mata fechada em Abelardo Luz (SC).
O crime aconteceu no domingo (25), após um almoço de família no assentamento Santa Rosa I, localizado na zona rural de Abelardo Luz. Segundo a Polícia Civil, a companheira do homem teria informado a decisão de se separar, o que provocou uma discussão entre o casal.
Durante o desentendimento, o homem saiu a pé com a filha nos braços, carregando também uma sacola com roupas e uma corda. No primeiro momento, a atitude não causou alarme entre os familiares. “A mãe acreditava que ele estava apenas exaltado, que voltaria logo depois”, relatou o delegado de Polícia Civil, Vinícius Lunes.
De acordo com a Polícia Militar, há indícios de que o pai teria alimentado a menina antes de matá-la. A informação será confirmada por meio de perícia. O crime ocorreu em uma área de mata próxima ao rio Chapecó, região de difícil acesso, com vegetação densa.
A informação da morte da criança veio por meio de uma mensagem enviada pelo próprio suspeito à família. Ele admitiu o crime e ainda enviou uma foto da filha. A imagem, feita em meio à vegetação, mobilizou as forças de segurança imediatamente.
Após receber a mensagem, a Polícia Militar iniciou contato telefônico com o suspeito por volta das 17h de domingo. As negociações duraram cerca de duas horas. O objetivo era convencê-lo a entregar a criança e se entregar. “Havia a esperança de que ela ainda estivesse viva”, contou o capitão Rafael Forchesatto. A rendição aconteceu por volta da 1h15 de segunda-feira (26), em uma lavoura no município vizinho de Faxinal dos Guedes (SC).
O local onde a menina foi morta foi apontado pelo próprio suspeito após a prisão. O corpo foi encontrado pendurado em uma árvore, em uma área de mata densa, na divisa entre os municípios de Abelardo Luz, Faxinal dos Guedes e Vargeão. As buscas começaram ainda durante a noite e foram intensificadas na manhã de segunda-feira, com o uso de drones e o apoio de moradores que conheciam a região.
Durante o depoimento, o homem demonstrou frieza e não apresentou sinais de arrependimento, segundo a Polícia Civil. “O autor foi extremamente frio. Não demonstrou nenhum tipo de emoção, mesmo ao relatar o assassinato da própria filha”, afirmou o delegado Rodrigo Dantas.
A investigação aponta que o crime foi premeditado. “Tudo indica que ele usou da confiança da menina para atraí-la e, de forma planejada, enforcou a criança com um pedaço da blusa”, detalhou o delegado. Após o assassinato, o suspeito teria tentado tirar a própria vida. No entanto, o objeto usado no enforcamento não suportou o peso, o que o fez desistir.
A Polícia Civil confirmou que o homem já tinha sido preso anteriormente por violência doméstica. Segundo o delegado Dantas, o casal tinha um histórico de conflitos e brigas. Por conta da brutalidade e das circunstâncias, o homem será indiciado por feminicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. Até o momento, a polícia não encontrou indícios da participação de outras pessoas no crime.
O corpo da criança foi recolhido pelo Instituto Médico Legal (IML). O velório ocorre na Capela Bom Pastor com cerimônia religiosa às 10h desta terça-feira (27). Na sequência, o sepultamento acontecerá no Cemitério da Linha Formiga, em Bom Jesus (SC).
O suspeito está preso na Delegacia Regional de Xanxerê, onde permanece à disposição da Justiça. A Polícia Civil deve pedir a conversão da prisão em preventiva. A investigação segue em andamento e pretende esclarecer detalhes sobre a motivação, a execução do crime e o estado emocional do homem, que poderá ser submetido a avaliação psiquiátrica.
