Autor: Angela Maria Curioletti
Foto: Maya Diaz/Diário do Sudoeste
Reduzir o impacto dos processos produtivos sobre o meio ambiente e implementar o desenvolvimento econômico-social é certamente a situação ideal vislumbrada por todos quando se quer aliar produção e consumo sustentável.
Definindo produção sustentável, é quando a indústria adota as melhores alternativas para minimizar custos ambientais e sociais durante a extração, produção e descarte dos produtos. Consumo sustentável, por sua vez, passa pela escolha de produtos que utilizam menos recursos naturais na produção, na utilização e no descarte.
Hoje, dia 16 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Alimentação, que desde 1981 tem por objetivo conscientizar a comunidade sobre questões da nutrição e alimentação. Atualmente, mais de 150 países celebram a data, adota pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Desde então, discutiu-se temas como o “O Milênio sem Fome”, “Combater a Fome para Reduzir a Pobreza”, “Biodiversidade para a Segurança Alimentar” e tantos outros. Para 2013, o tema oficial é “Sistemas alimentares sustentáveis para segurança alimentar e nutrição”.
Conforme a FAO, quase 870 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de desnutrição crônica atualmente. Modelos insustentáveis de desenvolvimento estão degradando o meio ambiente, ameaçando ecossistemas e a biodiversidade que serão necessários para garantir o fornecimento de alimentos no futuro.
Em abril deste ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou que 165 milhões de crianças estão desnutridas em todo o mundo, sendo que 80% em apenas 14 países. Uma em cada quatro crianças com menos de cinco anos de idade sofre de atrofiação devido à desnutrição crônica em períodos cruciais do crescimento.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) divulgou o relatório “Melhorando a nutrição infantil: o imperativo viável para o progresso global”, onde destaca sucessos na ampliação da nutrição e na melhoria das políticas em 11 países: Etiópia, Haiti, Índia, Nepal, Peru, Ruanda, República Democrática do Congo, Sri Lanka, Quirguistão, Tanzânia e Vietnã.
No Peru, por exemplo, o atrofiamento caiu em um terço entre 2006 e 2011, após uma iniciativa que pressionou candidatos políticos a assinarem um compromisso para reduzir a desnutrição em crianças menores de cinco anos a 5%, no período de cinco anos, e para diminuir as desigualdades entre as zonas urbanas e rurais.
Brasileiros deixam de passar fome
O Palácio do Planalto começou as celebrações ao Dia Mundial da Alimentação ainda em 1º de outubro. Conforme informações divulgadas pelo governo federal, o Brasil já atingiu as Metas do Milênio para o combate à fome. O relatório revela que entre 1992 e 2013 o número de brasileiros que passam fome caiu de 22,8 milhões para 13,6 milhões, uma diminuição de 40%.
Os dados apresentam uma redução de 54,3% no número de brasileiros subnutridos nos últimos 20 anos, de 15% para 6,9% da população. Por enquanto, o Brasil e mais 37 países atingiram a meta.
O ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pepe Vargas, afirmou que a segurança alimentar e o fortalecimento da agricultura familiar são fatores complementares para eliminar a fome.
O presidente da FAO, José Graziano, ressaltou que 2014 é o Ano Internacional da Agricultura Familiar. “A agricultura familiar tem um papel muito importante para o fim da fome no mundo. É um segmento da agricultura que produz uma variedade muito grande de alimentos e é, certamente, um aliado da FAO no enfrentamento desse problema”, garantiu.