Autor: Marcelo Coan
Foto: Arquivo/Minutta
Apesar de ser da situação, o ex-secretário de Agricultura e Aquicultura, Idalino Bampi (PT), aproveitou a sua última sessão na Casa de Leis de São Lourenço do Oeste para desabafar e falar de problemas da administração municipal, principalmente na área da agricultura. Bampi havia assumido uma cadeira no Legislativo depois que o titular, Valmir Luiz Maboni (PT), se afastou por 30 dias para um tratamento de saúde. Sua última sessão foi na segunda-feira (22).
Na tribuna livre, Bampi começou dizendo que precisava expor algumas situações, já que na sessão do dia 15 foi citado por alguns vereadores de oposição. Lembrando que permaneceu no comando da pasta por dois anos e dois meses, ele disse que a Secretaria de Agricultura e Aquicultura foi prejudicada pelo governo. De acordo com ele, até o mês de julho de 2013 nenhum caminhão trabalhou. “Com certeza a Câmara e a população não sabiam disso”. Em seguida, no mês de agosto, faltou óleo diesel. “O PT falhou”, disse ele alegando que muitas vezes o secretário é responsabilizado, mas as ações fogem do seu alcance.
Sobre 2014, Bampi disse que conseguiu trabalhar um pouco melhor. Entretanto, explicou que durante os 12 meses a pasta investiu cerca de R$ 3,1 milhões. Mesmo que pareça um valor significativo, o ex-secretário conta que em ações o investimento foi pequeno. Segundo ele, aproximadamente R$ 1,2 milhão foi gasto em compra de equipamentos e máquinas. Mais R$ 1 milhão somou os gastos com servidores. Também citou que houve o gasto de R$ 65 mil no viveiro municipal e R$ 130 mil no programa de inseminação artificial e distribuição de nitrogênio. “Somando todos esses valores, dá para ver que sobrou pouco para que a Secretaria desenvolvesse o seu trabalho”, reclamou ele.
“A questão da malha viária é querer ou não querer fazer. Tem coisas que a gente não pode admitir”, desabafou Bampi. “Se tivesse uma autorização, eu daria os meus dez minutos [da tribuna livre] para que você continuasse o seu discurso”, disse o tucano Agustinho Assis Menegatti, lembrando que uma das bandeiras defendidas pela atual administração durante a campanha era a recuperação das estradas rurais num período de seis meses. O tucano foi incisivo em dizer que não adianta montar equipe e não oferecer condições de trabalho.
Mesmo tendo exposto a situação, Bampi disse que não está sofrendo pressão política por parte de seus companheiros. Edu Antonio Borges, que preside a mesa diretora da Câmara Municipal, mas também é presidente municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), não quis comentar sobre o assunto.
O prefeito, Geraldino Cardoso (PT), foi procurado para se posicionar sobre o caso. Como está em agenda na capital federal, a assessoria de imprensa disse que ele não poderia atender.