Ex-promotor se diz contra o retorno das sacolas plásticas em São Lourenço do Oeste

Política
São Lourenço do Oeste (SC) | 17/06/2025 | 08:47

Informações: Redação Minutta e Câmara Municipal
Foto: Câmara Municipal

A possível alteração na lei das sacolas plásticas, em São Lourenço do Oeste (SC), continua a ser debatida entre lideranças e a comunidade. Na noite de segunda-feira (16), o ex-promotor de Justiça do município, Eraldo Antunes, usou a Tribuna Popular para expor sua opinião. Antunes atuava como promotor quando a lei municipal, que proibiu as sacolas plásticas nos mercados, foi aprovada.

Para o ex-promotor, a lei não deve ser alterada. Ele explicou que, em 2015, quando a lei foi aprovada, foi uma luta muito grande para que houvesse a conscientização do uso das sacolas retornáveis nos supermercados. Ele, inclusive, levou até o plenário, algumas sacolas retornáveis da campanha que foi feita na época, justificando que foi uma bandeira ambiental do Ministério Público.

Em sua fala, Antunes citou exemplos de outros países, um deles ao lado do Brasil. "Quem viaja para o exterior, qualquer país, aqui na Argentina, Chile, eles não fornecem sacolas plásticas". Com a conquista da lei, o ex-promotor disse que São Lourenço do Oeste se tornou uma referência, não só para a região, mas para todo o Estado. Para ele, esta atitude se equipara a primeiro mundo.

Antunes foi enfático ao dizer que, quem defende a volta das sacolas plásticas está defendendo o prejuízo ao meio ambiente.

Vereadores

Mauro Michelon (MDB), um dos autores do projeto que pede a alteração na lei, falou que a fiscalização no município não acontece e que todo o comércio varegista deveria estar enquadrado na lei, não só supermercados. O vereador mostrou as sacolas plásticas que ganhou no fim de semana ao fazer suas compras. ressaltando que a legislação nao está funcinando.

Edson Ferrari (MDB), que também assina o projeto, diz que as sacolas plásticas são muito utilizadas nas lixeiras das residências e também reforçou que a lei nao funciona, falta fiscalização.

Altair Borges (PP) falou não ter certeza de que as sacolas biodegradaveis sejam melhores e que são, possivelmente, tóxicas e que precisam de local adequado para sua degradação. O vereador defende uma fiscalizacao mais efetiva e campanhas de coscientização por parte das entidades. 

Juulcemir Bombassaro (PSD), que comércio, explicou que utiliza muito as caixas de papelão para seus clientes. Para ele, a preocupação é como que a comunidade vai reagir ao retorno das sacolas biodegradaveis. Citou ainda um exemplo da sua infância, dizendo que sempre via grande quantidade de sacolas nas árvores e beiras de rios, e que hoje isso é bem menor. Em resumo, se disse contra ao retorno das sacolas plásticas.

Saiba mais

Cerca de 13 bilhões de sacolas plásticas são distribuídas todos os anos no Brasil, segundo dados d pesquisa do Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida).  

Hoje, a cada 12 meses, mais de um trilhão delas entram em circulação no planeta, fato que causa um nocivo impacto ambiental.

Por exemplo, pesquisadores da Universidade de Cádiz, Espanha, revelaram que 80% dos resíduos encontrados nos mares do planeta contêm plástico, enquanto 75% do lixo oceânico é composto de apenas dez itens diferentes.