Autor e foto: Angela Maria Curioletti/Portal Minutta
Um trabalho que envolve engenharia e saúde pública. Voluntários da Associação Protetora dos Animais Fênix, de São Lourenço do Oeste (SC) e do curso de engenharia cartográfica e de agrimensura da UTFPR de Pato Branco (PR), em parceria com a Clínica Paixão dos Bichos, realizam o projeto Busca Ativa no município.
O projeto Busca Ativa tem por objetivo ir até uma determinada comunidade e levantar informações sobre saúde única focado em bem-estar animal e, consequentemente, executar e desenvolver o controle populacional desses animais por meio de cirurgias de esterilização.
Na manhã de sábado (24), o grupo esteve no loteamento Vida Nova, bairro São Francisco, em São Lourenço do Oeste. "Fizemos um levantamento cadastral de animais que estão castrados e não castrados", explica a presidente da Fênix, Benice Folador.
Benice explica que o projeto Busca Ativa começou na comunidade Nossa Senhora Aparecida, bairro Santa Catarina, em 2021. "Foi um trabalho muito bem visto, com bons resultados. Teve publicações em seminários nacionais e internacionais e, a partir disso, a gente replicou a outros locais aqui do nosso município", conta.
Fases
Depois do levantamento das informações, a UTFPR faz o mapeamento com drone, tendo a localização geográfica de cada imóvel. A partir deste dados organizados, se procede a próxima fase do projeto, que é a pratica do controle populacional feito por meio de cirugias de esterilização. "É um projeto da iniciativa privada, voluntários e social, sem fins lucrativos", enaltece Benice.
Como há um número limitado de castrações, o projeto Busca Ativa consegue atingir o objetivo e ainda encaminhar ao poder público as devidas necessidades de cada animal.
Iniciativa privada
Tiago Antônio Pereira da Paixão, médico veterinário, explica que no âmbito privado não há como ter gratuidade em todos os procedimentos, "então entedemos que a castração é o principal ponto, pois envolve a saúde pública". Paixão diz saber que, para manter um animal, os custos elevados. "Sem este projeto dificilmente o animal teria acesso a castração. Então o principal objetivo é fazer com que a iniciativa privada também olhe pra isso, que não são clientes deles, pois são animais que não iriam para as clínicas se não fosse dessa forma", salienta.
Universidade
A professora da UTFPR Priscila da Silva Victorino Pontes diz que, dentro dos cursos, existem os projetos de extensão. "Os alunos vão desenvolver projetos que façam ligação entre comunidade, universidade, ONGs, empresas, pra que todos possam contribuir", explica a professora justificando que os cursos da universidade podem apresentar soluções.
Vida Nova
"A comunidade tem se mostrado profundamente envolvida com a causa. Mesmo com recursos limitados e suas próprias demandas diárias, muitos moradores tomaram a iniciativa de construir casinhas para abrigar os animais que serão castrados pelo projeto. Esses abrigos improvisados são sinais concretos de cuidado e acolhimento, evidenciando a vontade real de transformar a realidade dos animais que vivem no local", conta Benice.
No trabalho de sábado, Benice diz que foi possível observar situações de vulnerabilidade entre alguns animais. "No entanto, também se percebeu que muitos deles já estão recebendo auxílio e atenção por parte dos próprios moradores."