Guerra de facções em Florianópolis provocou onda de ataques com fogo e barricadas em vias, diz governo

Policial
Florianópolis (SC) | 20/10/2024 | 15:19

Informações: G1SC
Foto: Divulgação

Uma disputa entre duas facções criminosas foi o estopim para a série de barricadas criminosas feitas com veículos e outros materiais incendiados em vias e rodovias ao longo da tarde de sábado (19) na Grande Florianópolis, com maior volume no Centro e no Norte da capital.

A informação foi confirmada pelo governador Jorginho Mello em entrevista coletiva ao lado dos chefes das forças de segurança, na noite de sábado. A situação foi controlada e o balanço final da ação policial resultou em pelo menos 12 prisões e um suspeito morto em confronto.

Origem do confronto

A situação começou entre noite de quinta (17) para sexta-feira (18), quando uma facção teria tentado invadir a Comunidade do Papaquara, no Norte da Ilha. O caso chegou ao conhecimento da Polícia Militar e as denúncias apontavam para vários homens fortemente armados e encapuzados fazendo disparos na região.

Quando as guarnições chegaram à região da rua Francisco Faustino Martins, no bairro Vargem Grande, eles não estavam mais lá e queimaram os carros da fuga próximo ao Morro do Mosquito, deixando para trás objetos utilizados no crime.

Outras viaturas interceptaram os veículos usados para apoiar a fuga dos criminosos. Nesse momento, a PM diz que prendeu sete pessoas e um dos criminosos teria sido morto em confronto. Segundo a polícia, um homem teve o carro roubado pelo bando perto do Morro do Mosquito e um criminoso levou dois tiros.

A situação só veio à tona quando a vítima deu entrada na UPA do Norte da Ilha. No carro com os criminosos presos havia uma pequena quantidade de drogas, dois rádios comunicadores e munições.

Retaliação criminosa

Como retaliação a essa abordagem da PM, um dos grupos organizou supostamente as barricadas vistas neste sábado. Foram ao menos 16, segundo o Corpo de Bombeiros Militar. Em São José, um ônibus chegou a ser incendiado. Na capital, dois motoristas tiveram os carros roubados e incendiados.

A ocorrência acabou com três homens presos. Em Florianópolis, dois foram detidos em flagrante bloqueando estradas com focos de incêndio: um na comunidade Chico Mendes (região continental) e outro no Morro do Mocotó (centro). Ambos foram baleados e estão hospitalizados.

Resposta e atuação

Na coletiva de imprensa, governador e força de segurança detalharam que as ações foram reforçadas, com acionamento de policiais de folga e reforço do policiamento foi reforçado nas áreas de maior risco.

"A Polícia Civil de Santa Catarina ativou o gabinete de crise formado pela Diretoria de Inteligência, Diretoria de Polícia da Grande Florianópolis, além da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), Coordenadoria de Operações com Cães (COPC), Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e Delegacias de Combate ao Crime Organizado", diz nota.

Ainda durante a tarde, Jorginho Mello enduereceu o combate ao crime. O governador Jorginho Mello se manifestou nas redes sociais sobre os atos e as ações de combate.

"Queria tranquilizar a população de Floripa e de Santa Catarina. A nossa força de segurança é uma das melhores do país. Nós não damos moleza para bandido e nem para criminoso. A gente sempre combateu facções criminosas e vamos continuar combatendo. Colocaram fogo para intimidar. Enfim, aqui em Santa Catarina, bandido não tem moleza. Nós não vamos permitir nenhum tipo de excesso. Aqui tem disciplina. Santa Catarina merece respeito e tem o nosso respeito", declarou.