Justiça obriga ativista ambiental a deixar caverna onde vive há 26 anos

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Palhoça | 28/04/2016 | 09:12

Informações: Catraca Livre
Foto: Reprodução

Faz 26 anos que o gaúcho Vilmar Godinho largou a rotina de um escritório de publicidade, em Porto Alegre (RS), para dedicar sua vida ao meio ambiente. Mais que isso, foi viver num espaço de não mais que 28 metros quadrados, dentro de uma caverna localizada no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, Palhoça (SC).

E após quase três décadas voltadas à preservação da fauna, flora e comunidade local, hoje, Vilmar, é acusado de crime ambiental. Sua culpa: construir um forno de tijolos e uma horta de plantas nativas.

De acordo com a interpretação do Ministério Público catarinense, Vilmar explora os recursos naturais em uma área de preservação ambiental. Em decisão assinada pela juíza Cítina Werlang, o ambientalista retira recursos do parque como água e lenha para diversas finalidades pessoais.

Em entrevista ao portal G1, o promotor do caso, José Eduardo Cardoso, justificou: “Ele ocupa um local que não poderia, certamente não paga IPTU ou outros impostos que todos os cidadãos são obrigados a pagar. Se vive há 26 anos no local, é muito estranho que não tenha regularizado a situação”.

Apoio a Vilmar

Desde que foi anunciada a decisão, no dia 29 de fevereiro, o caso despertou revolta entre os moradores da região que, nos últimos dias, organizaram uma série de protestos pedindo a permanência de Vilmar. Rendeu, inclusive, uma petição on-line que pede sua permanência no local, além de uma página em uma rede social dedicada ao episódio.

Desde fevereiro, após a decisão da Justiça, para cada dia na caverna Vilmar terá que pagar multa de R$ 500. E caso não desocupe a caverna até o fim deste mês, terá que pagar R$ 30,050 mil ao MP.