Autor e foto: Angela Maria Curioletti
A presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de São Lourenço do Oeste, Eliane Noal, usou a tribuna popular da Câmara Municipal na sessão desta sexta-feira (19) para se posicionar em relação à lei que proÃbe a distribuição de sacolas ou sacos plásticos ao consumidor para acondicionamento de mercadorias e seu transporte final, sancionada no dia 4 de dezembro e que passa a valer no dia 5 de março desse ano. O prazo de 90 dias é para que o comércio se adapte a lei.
Mas, na quinta-feira (18), o Executivo enviou novo projeto a Casa de Leis pedindo prorrogação do prazo, um pedido do comércio. A presidente da CDL foi pedir apoio dos vereadores na aprovação do mesmo. Segundo ela, a CDL não é contra a lei, mas informa que em nenhum momento a entidade participou das discussões que criou a lei e depois na votação.
Segundo Eliane, o CDL fez uma pesquisa no comércio onde 70% diz ser contra a lei por não ter muitas informações. Diz ainda que a entidade se dispõe a fazer uma campanha de conscientização sobre o uso consciente das sacolas e até mesmo um estudo sobre as sacolas retornáveis. Sobre as sacolas de papel no comércio, ela diz que, além de serem mais caras, muitas não suportam o peso das mercadorias, principalmente nas lojas de confecção. Nos restaurantes, ela diz que os proprietários reclamam do cheiro das sacolas biodegradáveis para acondicionar as marmitas, que podem passar para os alimentos. Ela pede então que o Legislativo aprove o projeto que prorroga em um ano a lei.
Os vereadores se posicionaram, um a um, sobre o novo projeto:
Vânia Garbin Baldissera (PMDB) - rebateu a presidente do CDL por ela não saber da discussão do projeto, pois diz que foi pessoalmente até a sede da entidade, por mais de uma vez, informar aos interessados sobre o que estava acontecendo, não tendo respostas.
Dasio Miguel Franz (PSDB) – Diz achar que o assunto já estava encerrado porque no dia da aprovação do projeto, em dezembro, a manifestação em prol da lei foi muito grande na Câmara.
Edilso Paulo Ranzan (PSDB) – Acredita que possa ter falha na comunicação do Executivo ao criar o projeto e não convidar todas as partes interessadas. Mas, diz ser a favor da lei, pois cada um deve fazer a sua parte.
Marlice Vilani Perazoli (PMDB) – Frisou a importância de todos serem conscientes e que a lei é o primeiro passo. Sobre as biodegradáveis, disse que se o consumo aumentar, a produção também vai, diminuindo as sacolas plásticas comuns.
Alex Cleidir Tardetti (PMDB) – Falou que entende que a discussão gira entre CDL x Acislo, mas que a mÃdia divulgou todo o trâmite da lei e que as pessoas estavam cientes das informações. Disse que é nas dificuldades que se revelam os empreendedores e questionou a presidente se, em um ano, caso a lei seja prorrogada, o comércio vai parar de comprar as sacolas e se reeducar. Disse que um ano de prazo é retroceder.
Adilson Sperança (PP) – Falou que não é contra o uso das sacolas plásticas no comércio e defende que haja multa para as pessoas que não derem a destinação correta para este tipo de material.
Valmir Luiz Maboni (PT) – Diz entender a polêmica porque isso mexe com toda a população. Também acha que deveria ter havido maior discussão antes da aprovação do projeto e afirma não se importar em ter que voltar atrás do seu voto, e prorrogar a lei, se isso for beneficiar a todos.
Edu Antônio Borges (PT) – Acha correta a posição do Executivo em querer dar mais prazo à lei devido à dificuldade de implantação. Para ele, é preciso estudar uma regulamentação.