Informações: G1SC
Foto: Sumatra
A aparição de um lobo-guará foi registrada por uma 'armadilha fotográfica' em Capão Alto (SC). A espécie está na lista de animais ameaçados de extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Segundo a Klabin, empresa que monitora a fauna da região, o último registro da espécie na Serra havia acontecido há mais de 70 anos. Biólogo da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama), Christian Raboch, destaca que a aparição é considerada "muito rara", sobretudo no Sul do país.
Mestre em Ciência Ambiental, Max Raffi, que atua no monitoramento ambiental da região, diz que a ocorrência é um "símbolo da conservação". "Foi muito emocionante. Havia muitos rumores do lobo-guará aqui na região, só que nenhum registro oficial", relatou.
A presença do lobo-guará na floresta é importante, segundo ele, para manter o equilíbrio da cadeia alimentar e para preservação de árvores nativas. "Ele se alimenta principalmente de pequenos animais, como ratos, anfíbios, até serpentes. [...] Tem na sua dieta uma composição de frutos e vegetais, então é um excelente dispersor de sementes, ajudando na renovação da floresta", explica Raffi.
Na região serrana de Santa Catarina, existem apenas dois registros oficiais da espécie. Um deles é em Campos Novos, estimado entre os anos de 1930 e 1945, e o outro nos Campos de Lages, sem data de definida.
Lobo-guará
Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo do América do Sul. Pesa entre 20 e 25 quilos e pode medir até quase dois metros de comprimento. A pelagem vermelha-dourada, cernelha de coloração preta e pernas longas e finas são algumas das características que o distinguem de outros da sua espécie, que ficou conhecida popularmente como o símbolo do Cerrado.