Autor: Angela Maria Curioletti
Foto: Maya Diaz/Diário do Sudoeste
Usar a internet como meio de pedir uma pizza ou lanche em casa quando bate aquela fome é algo normal, certo? E se você conseguisse fazer pedidos desde pizzarias e restaurantes até supermercados ou lojas de artigos de escritório, conseguindo ainda gerenciar sua solicitação? Na região Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina isso já é possível.
Três amigos se uniram há uma ideia da época da faculdade e começaram a trabalhar para torná-la realidade, processo este que durou três anos, aproximadamente. A marca “webentrega.com” surgiu da necessidade de dar comodidade aos consumidores ao mesmo tempo em que possibilita as empresas venderem por meio da internet.
Conforme conta um dos sócios, Marcos Berwanger, que é engenheiro de software, para alguns ramos é bem natural e tradicional você ter acesso à internet para fazer seus pedidos, como pizzarias e restaurantes, mas para mercados e farmácias esse conceito ainda é pouco comum. Ele garante que a marca é pioneira, pois foge da concorrência que se limita a fazer entregas do ramo alimentício.
Entregas pela internet com acompanhamento de pedido é algo até comum nas capitais e grandes centros do país, mas os idealizadores da “webentrega.com” garantem que não tiveram inspiração na concorrência. “Quando houve a ideia não havia nenhum serviço deste porte”, relata Berwanger, frisando que a região não tem a mesma velocidade e adesão dos grandes centros.
“A região já está aceitando bem o nosso produto. Aonde vamos, as pessoas gostam da ideia e estão comprando, sinal que as pessoas estão mais dispostas a usar o serviço, o que mostra o avanço tecnológico, pois antes a internet era mais defasada”, diz Eduardo Luiz Santin, publicitário e um dos sócios do empreendimento. Ele complementa dizendo que a diferença para os concorrentes é a de que a marca deles não se aplica somente no ramo da alimentação, “percebemos uma potencialidade maior para trabalhar com outros ramos”.
E o negócio do grupo funciona de uma forma justa, como ele mesmo se define. As empresas que resolvem apostar no produto só pagam se vendem, ou seja, o consumidor faz o pedido e a empresa repassa uma comissão ao portal.
“Queremos levar as empresas tradicionais, aquelas que já conhecemos, para o mercado on-line, pode ser a padaria, o pet shop ou uma loja de informática. Mas, a intenção não é fazer com que estas lojas vendam para outras cidades e mandem por transportadoras”, reforça Berwanger, explicando que o objetivo é fazer com que o produto chegue pelo motoboy, fomentando o comércio local.
Dificuldades
Para Berwanger e Santin, que ainda contam com o sócio Samuel Berwanger, programador, a primeira dificuldade é aquela que todo o startup passa, que é a de não saber se o negócio vai dar certo. A questão de reunir todos os itens essenciais do negócio, fazendo com que ele chegue ao mercado, é difícil. Os sócios ainda precisam conciliar o novo empreendimento com os trabalhos atuais, que não deixam de ser a fonte de renda de cada um.
Todos ganham
Para o engenheiro de software, as empresas passam a ter uma vitrine virtual durante os sete dias da semana, principalmente se esta empresa tem um produto novo, pois ela não precisa mais depender do consumidor chegar fisicamente até a empresa.
“É como quando uma pizzaria lança um sabor novo. Sem o cardápio, o pedido do consumidor será provavelmente sempre o mesmo”, relata, contando que o grupo já notou isso na prática. Com o portak de entrega, os pedidos têm se diversificado.
Até onde vão chegar?
Santin diz que a estratégia nunca foi a de focar numa só cidade, até porque pelo custo benefício isso não seria viável, além do que a plataforma do portal funciona em qualquer lugar. “No site dá pra selecionar a cidade em que você está no momento e assim escolher seu produto”.
O portal já está atuando em São Lourenço do Oeste/SC, Pato Branco/PR e Francisco Beltrão/PR, mas a meta dos empreendedores é a de chegar até o fim de 2014 atuando de Foz do Iguaçu/PR até Erechim/RS.
Faturamento
Em 2012, o faturamento anual do e-commerce no Brasil chegou a R$ 22,5 bilhões, conforme dados do eCommerceOrg. No mesmo ano, o país registrava 43 milhões de consumidores on-line, um crescimento de 34% em relação a 2011.
Sobre o perfil do consumidor, o eCommerceOrg mostra que a maioria deles tem 35 a 49 anos (38%), seguida dos de 25 e 34 anos (32%) e entre 50 e 64 anos (16%).