Informações e foto: Marcilei Rossi/Diário do Sudoeste
Passadas as 24 horas determinadas pela Justiça - prazo acabou às 15h de quinta (7) - para a desocupação das casas invadidas no conjunto habitacional Vila São Pedro, em Pato Branco (PR), 37 casas, segundo os invasores, continuam tomadas.
Mesmo antes do fim do prazo estabelecido pela Justiça, os invasores, no fim da tarde da quarta (6) estiveram na prefeitura buscando respostas para suas situações. Contudo, uma reunião foi marcada para a manhã dessa quinta, onde alguns representantes dos invasores foram recebidos pelos secretários Anne Gomes da Silva (Assistência Social), Vanderlei Crestani (Administração e Finanças) e outros membros do Executivo de Pato Branco, além do prefeito em exercício, Ivo Polo.
Em nota divulgada, Polo afirma que o município vem dialogando para que a desocupação aconteça de forma organizada, tranquila e sem intervenção policial. “O município não tem medido esforços para viabilizar a qualidade de vida e cidadania de todos os pato-branquenses, por isso nosso compromisso hoje é garantir a segurança daqueles que por direito foram contemplados e buscar novos recursos para dar continuidade aos programas sociais como o MCMV (Minha Casa, Minha Vida)”.
Conforme a nota, os representantes do município esclareceram que a decisão de reintegração de posse foi dada pelo juiz em resposta às ações movidas pelos mutuários contemplados. Segundo o município, os documentos apresentados pelas famílias contempladas foram analisados e aprovados pelos cadastros da Secretaria de Assistência Social e pela Caixa Econômica Federal, por meio de um “processo organizado, transparente e lícito”.
No fim da tarde de quinta, a mobilização da Secretaria de Assistência Social era para encaminhar as famílias contempladas com as residências para os imóveis já desocupados, porém, o relato é de que parte dos imóveis foi depredada com a retirada de fiação, trancas arrombadas, além de animais mortos terem sido depositados no pátio. Também passou a ser relatado que mutuários que estão tomando posse das casas estão sendo intimidados por invasores.
Reclamações permanecem
Mesmo com a conversa entre representantes dos ocupantes e do município, as reclamações dos invasores prosseguem. Eles questionam os critérios utilizados para a escolha das famílias, o que é considerado área de risco — alguns afirmam que residiam na parte baixa do bairro São João onde passa um córrego que frequentemente sai da calha. Eles também dizem que no lançamento, o Vila São Pedro foi anunciado para atender a demanda habitacional dos moradores do bairro São João e Alto da Glória.