Informações e foto: Prefeitura de Vargeão
O geólogo e pesquisador Álvaro Penteado Crósta, reconhecido internacionalmente, acompanhado do professor Gabriel Silva e dos geólogos italianos Gabrielle Giulli e Valeria de Santis, visitaram a região Oeste de Santa Catarina para aprofundar estudos sobre crateras de impacto e rochas semelhantes as encontradas na Lua.
Na semana passada, o ponto visitado foi o município de Vargeão (SC). A programação incluiu passagem pelo museu e outros pontos estratégicos utilizados para análise geológica, como formações rochosas no interior do domo, áreas de afloramento e marcos naturais da cratera.
A presença dos pesquisadores italianos reforça a importância do Domo de Vargeão, uma das únicas crateras de impacto preservadas no Brasil. Sua relevância geológica atrai olhares de todo o mundo, especialmente por suas formações rochosas que se assemelham àquelas coletadas nas missões lunares da NASA. Esse paralelo desperta o interesse direto de cientistas que buscam compreender a origem e composição de materiais extraterrestres.
“É sempre uma alegria voltar a Vargeão e testemunhar o interesse crescente que essa cratera desperta na comunidade científica mundial. O município é um verdadeiro laboratório a céu aberto”, destacou o professor Crósta, que há décadas se dedica ao estudo de impactos meteoríticos.
Meteóro em Vargeão
Você já ouviu a história da queda de um asteroide na região Oeste de SC? Embora milhões de anos tenham se passado, até hoje o caso registrado em Vargeão atrai olhares de pesquisadores e curiosos.
Olhando do alto, é possível perceber que a geografia do município de apenas 3.716 habitantes é atípica. Segundo o geólogo Crósta, que estuda o caso desde 1980, um corpo celeste caiu no local onde foi construído o município há cerca de 100 milhões de anos.
“Não é um processo geológico comum. Nós temos hoje no mundo cerca de 200 crateras de impacto dos mais diversos tamanhos. No Brasil tem dez crateras desse tipo. A de Vargeão foi a terceira descoberta no país”, explica o pesquisador.
As rochas viraram ponto turístico na cidade e estão espalhadas por várias partes. Além das rochas, a areia encontrada lá também apresenta uma curiosidade. Por anos, a argila extraída do arenito foi usada como produto para a pele. “A areia existe por causa da formação do impacto, mas suas propriedades medicinais não são comprovadas pela ciência”, conta o geólogo, que inclusive já experimentou o tratamento.