Paraná: presidente de Câmara Municipal troca tiros e mata vizinho após briga por barulho de crianças

Policial
Ponta Grossa (PR) | 21/11/2024 | 13:16

Informações: G1PR
Foto: Reprodução

O vereador Miguel Zahdi Neto (PSD), conhecido como Neto Fadel, é suspeito de matar a tiros o empresário Guilherme de Quadros Becher em um condomínio de chácaras em Ponta Grossa (PR).

De acordo com a Polícia Civil, o caso aconteceu após um desentendimento entre Fadel e Becher por conta de barulho de crianças, na noite de quarta-feira (20). Após a discussão, Becher atirou diversas vezes em direção à chácara do vereador, que atirou de volta na direção do imóvel vizinho e atingiu o empresário, segundo a corporação. Saiba mais abaixo.

A polícia também afirma que Fadel tem porte de arma de fogo e que Becher tinha registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Neto Fadel é presidente da Câmara Municipal de Castro (PR), cidade a 48 quilômetros de Ponta Grossa. O delegado Luís Gustavo Timossi afirmou à RPC que, após a morte de Becher, Fadel e familiares foram ouvidos, e o vereador foi liberado sem ser autuado por, em princípio, ter agido em legítima defesa.

A defesa dele ressalta que o homem agiu em legítima defesa, que prestou socorro à vítima e permaneceu no local à disposição das autoridades. "Importante mencionar que a arma utilizada para defesa estava devidamente registrada e com porte. Após o depoimento, diante da evidente ação em legítima defesa, Miguel foi liberado. Miguel colaborou com toda a investigação e segue à disposição para todos os esclarecimentos que se tornem necessários. Por fim, Miguel lamenta a morte de Guilherme. No entanto, infelizmente, precisou agir em legítima defesa para salvar sua vida, de seus familiares, amigos e crianças", afirma o advogado Ewerton Machado Rosa.

Ao g1, a defesa da família da vítima disse que os familiares estão abalados e que "a verdade será revelada". "A família lamenta profundamente que a autoridade policial não tenha mantido a prisão em flagrante ao menos até colher declarações e depoimentos sobre o outro lado da história, aguardando o laudo de necropsia - que ainda não saiu - deixando que a autoridade judicial, ouvido o Ministério Público, decidisse sobre a soltura", afirma o advogado Jairo Baluta.

O caso

As primeiras informações da Polícia Civil dão conta que o desentendimento entre Fadel e Becher começou após a vítima ir até o portão do vereador para reclamar do barulho das crianças, que estavam brincando com um quadriciclo. Naquele momento, segundo o relato inicial de Fadel, ele e a família estavam em uma confraternização.

Logo após a discussão, de acordo com Boletim de Ocorrência, Becher sacou duas armas da cintura e fez diversos disparos em direção aos moradores do imóvel. Ainda conforme o documento, Becher chegou a apontar uma arma para a cabeça de um dos homens que estavam na casa, que conseguiu sair da mira do empresário.

Durante a confusão, Fadel, que tem porte de arma de fogo, fez disparos de volta, que atingiram Becher. A vítima foi socorrida com vida pelos familiares do vereador, mas morreu no hospital horas depois, de acordo com a polícia. A Polícia Militar afirma que buscou por imagens de câmeras de segurança no local, mas não localizou.

Armas foram apreendidas

De acordo com o boletim do caso, próximo à casa onde o tiroteio aconteceu foram encontrados, em um matagal, um revólver calibre 38 e uma pistola sem carregador. Os equipamentos foram apreendidos. Ainda conforme o documento, também foram localizados dez estojos vazios de munição calibre 38.

Durante o atendimento da ocorrência, a polícia confirmou que o vereador tem certificado de porte de arma de fogo com validade até dezembro deste ano. O vereador também apresentou registro da arma regular, segundo a polícia.