Autor e foto: Angela Maria Curioletti
Para algumas pessoas, apenas uma sacola retornável. Mas, para dezenas de mães, é produto de transformação social.
O Clube de Mães Santa Rita de Cássia, do bairro São Francisco, em São Lourenço do Oeste (SC), começou a produzir sacolas retornáveis antes mesmo da lei municipal com a proibição das sacolas plásticas entrar em vigor. Começou assim: as mulheres que participavam do clube sentiram necessidade de ter uma sacola para carregar medicamentos que recebiam nos postos de saúde ou que compravam em farmácias. Depois, foram usando para ir ao mercado e a produção das sacolas começou a crescer.
Neusa Maria Comin Ecker, presidente do clube de mães, explica que hoje são 39 mulheres participando do grupo. Elas se encontram uma vez por semana para confraternizar, bater um papo, tomar chimarrão e produzir muito artesanato. São toalhas bordadas e pintadas, capas de almofada, por exemplo, e, claro, as sacolas retornáveis. "Tem as que fazem costura, as que cortam as sacolas, as fazem crochê, que pintam o pano de prato", conta a presidente.
Para as sacolas são usados retalhos de tecidos, comprados de empresas do município. A produção é vendida, em sua maioria, para supermercados, que pedem entre 100 e 200 a cada vez. O tamanho é padronizado e o custo para comprar direto com o clube de mães é de R$ 7,50. O dinheiro é usado para o lazer das mulheres e ações sociais.
"Muitas mães não sabiam o que era almoçar num restaurante ou dormir num hotel. Algumas nunca tinham saído de casa", diz Neusa. Além disso, os recursos são usados para compra de alimentos, transformados em cestas básicas e entregues para pessoas em condições de necessidade.
A presidente do clube salienta que, além disso tudo, as mulheres ganham trabalho. Neusa explica que elas se sentem úteis. "Transforma a vida delas", diz.