Sistema antigranizo inovador deve ser implantado em cidade de SC

Geral
Santa Catarina | 24/04/2025 | 15:29

Informações: NSC
Foto: RBS TV

Chapecó (SC) pretende implantar um sistema antigranizo na zona urbana da cidade, com o objetivo de proteger regiões que sofrem frequentemente com esse tipo de fenômeno climático. De acordo com o diretor da Defesa Civil municipal, Walter Parizotto, o equipamento será instalado em um ponto estratégico do município e promete manter protegida uma área de cerca de 80 hectares.

Diferentemente dos sistemas já utilizados em cidades do Meio-Oeste catarinense, que recorrem ao iodeto de prata para desintegrar pedras de granizo, o canhão antigranizo que será implantado em Chapecó dispensa o uso desse composto químico.

A solução buscada pela Defesa Civil do município utiliza um equipamento capaz de gerar ondas de choque sônicas, lançadas na estratosfera a 15 mil metros de altitude, diretamente em direção às nuvens com potencial de formação de granizo. Essas ondas criam, lá no alto, uma espécie de barreira protetora com raio de 500 metros, que atua impedindo a formação de granizo dentro da nuvem e fragmentando eventuais pedras em queda, fazendo com que cheguem ao solo em forma de chuva.

"Não há como usarmos um sistema que deixe resíduos em uma área que é habitada. Inclusive hoje há questionamentos sobre o uso desse outro sistema à base de iodeto de prata em alguns países do mundo, em função de que parte dessa substância pode ser aderida na água e voltar para o solo — afirma Parizotto. "Então, o sistema que vamos usar é um sistema físico, onde há uma explosão muito forte e as ondas dessa explosão é que desmontam o granizo dentro da nuvem ou não permitem que ele se forme", explica.

Inicialmente, os equipamentos serão instalados nas regiões historicamente mais atingidas por granizo, como os bairros Efapi e Marechal Bormann. "A área de proteção é de 80 hectares. Mas isso se estende um pouco mais, porque a nuvem, ao passar por essa região e ser afetada, demora um tempo maior para voltar a formar granizo. Mesmo que ocorra precipitação adiante, as pedras serão menores e com menor poder de destruição", acrescenta o diretor da Defesa Civil de Chapecó.

Fabricado na Espanha, o equipamento já é utilizado há décadas em países europeus. No Sul do Brasil, há exemplares em funcionamento no Paraná — em uma montadora de veículos, e em outros locais como na Serra Gaúcha e na região de São Joaquim voltadas à proteção de plantações, por exemplo.

Para a instalação em área urbana, o dispositivo contará com um sistema de insonorização para atenuar o ruído das explosões, proporcionando volume sonoro inferior a 85 decibeis em área superior ao raio de 50 metros do aparelho. O equipamento instalado em Chapecó também deve contar com acionamento automático.

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"Além da máquina em si, estamos licitando também um sistema de monitoramento, para que o acionamento seja automático. Existem empresas que fazem esse monitoramento 24 horas, e aí não há necessidade de atuação direta nossa. Ele é acionado automaticamente toda vez que o satélite detectar que a nuvem tem probabilidade de formar granizo", afirma o diretor da Defesa Civil.

O custo de aquisição do sistema antigranizo espanhol está estimado em cerca de 90 mil euros (mais de R$ 580 mil), já a manutenção e o monitoramento deve custar em torno de R$ 30 mil anualmente, de acordo com Parizotto.