Sudoeste do PR: jovem é convocado para a Seleção Brasileira de Paraescalada

Esporte
Mariópolis (PR) | 23/04/2025 | 13:06

Informações: Conecta Pato Branco
Foto: Arquivo pessoal

Filho e neto de pequenos agricultores da comunidade de Nossa Senhora das Candeias, em Mariópolis (PR), Eduardo Miguel Schaus está com o passaporte carimbado para Salt Lake City, nos Estados Unidos. É lá que acontecem as etapas da Copa do Mundo de Paraescalada e da Copa do Mundo de Escalada Esportiva, em maio.

Este é o primeiro passo. Eduardo, que tem 27 anos, mira as Paralimpíadas de Los Angeles de 2028. ele foi convocado há cerca de dois meses e agora faz parte da Seleção Brasileira de Paraescalada, ligada a Confederação Brasileira de Escalada Esportiva (CBEE).

Eduardo, que nasceu sem a mão direita devido a má formação genética, recorda que a ausência do membro nunca o impediu de subir em árvores com agilidade. E esta recordação da infância acabou por se tornar seu esporte em 2022, quando deixou Mariópolis e se mudou para Curitiba (PR). Um primo dele o apresentou à escalada em rocha e em paredes artificiais.

“O esporte foi para mim um encontro. Na infância sempre subi muito bem em árvores, e não muda muito o movimento de escalar uma rocha, ou uma árvore. Então em 2022, eu me encontrei com a escalada”, comenta.

Foi ainda em 2022 que ele participou da primeira competição de grande relevância. “Estava escalando bem, aí surgiu a ideia de participar do Campeonato Brasileiro [de Paraescalada]”. Ele conta que a inscrição veio do primo. "Me lembro de ter perguntado a data da competição e ele ter falado. Olhamos o calendário, e eu estava indo treinar segunda, quarta e sexta-feira, ia dar exatos 30 dias de treinos, eu acabei não treinando todos esses dias, e fui para a competição e conquistei o primeiro lugar.”

Após a conquista do Brasileiro de Paraescalada, por questões pessoais em 2023, que Eduardo descreve como altos e baixos, ele não participou de competições, retomando apenas no ano seguinte. “Em 2024 retomei, escalando direto em rocha, — em uma área entre Honório Serpa e Clevelândia, nas margens do rio Chopim —, e não mais em parede artificial. E esse treino me deu a oportunidade de me classificar novamente”, comenta. Ele voltou e conquistou o bicampeonato nacional.