Autor e foto: Angela Maria Curioletti/Portal Minutta
O ano letivo começa com a restrição do uso de celulares nas escolas públicas e privadas do país. Uma lei federal foi sancionada no início de janeiro deste ano e tem por objetivo limitar o uso de dispositivos eletrônicos portáteis nas unidades de ensino, seja nas salas de aula quanto no recreio e intervalos, porém permite o uso pedagógico desde que autorizado pelos professores.
Em São Lourenço do Oeste (SC), as aulas nas redes estadual e municipal iniciam no dia 10 de fevereiro. Mas, o secretário de Educação do município, Alex Tardetti, disse que já linhou com os diretores das escolas que o assunto será levado nas assembleias de pais. A princípio, o município seguirá o que diz a lei federal.
Já a Escola de Educação Básica (EEB) Sóror Angélica, que faz parte da rede estadual, enviou aos pais e responsáveis um comunicado sobre a nova lei. Em descumprimento das regras, a escola diz que "poderá recolher o celular e entregá-lo apenas aos responsáveis, em conformidade com as normas internas".
A Escola São Francisco de Assis (Esfa), da rede particular, iniciou suas aulas na segunda-feira (3). A diretora, Maquieli Melere Prestes da Silva, disse que a nova lei não era esperada, mas que chegou em boa hora. Ela confessa que houve diversos problemas na escola com alunos que usavam o aparelho celular em momentos indevidos. "Sem falar a interação entre eles. Na hora do intervalo, cada um num canto, só no celular ao invés de conversar com os colegas, brincar e espairecer", explica.
Sobre o uso do aparelho em sala de aula, a diretora reforça que será liberado para fins pedagógicos e desde que solicitado pelos professores. Desta forma, um comunicado chegará até os pais e responsáveis sobre o dia de uso do aparelho. A diretora ressalta que conta com a colaboração e apoio dos pais.
Sobre lei
Segundo o Ministério da Educação, a medida foi tomada diante das fartas evidências sobre o impacto negativo dos dispositivos no aprendizado, na concentração e na saúde mental dos jovens. O objetivo é permitir que os alunos participem das atividades e interajam. Estudos avaliados pelo MEC apontam que o uso excessivo de telas prejudica o desempenho acadêmico, reduz a interação social e aumenta as chances de depressão e ansiedade entre os jovens.
Dados do Programa de Avaliação de Estudantes (Pisa), uma avaliação internacional, concluiu que oito em cada dez estudantes brasileiros de 15 anos assumiram ter se distraído com o celular nas aulas de matemática.