Xanxerê é citada em investigação da Operação Carne Fraca

Policial
Xanxerê | 17/03/2017 | 14:45

Informações: Oeste Mais
Foto: Polícia Federal

O nome do município de Xanxerê é citado em gravações telefônicas, obtidas pela Polícia Federal, que apontam que vários frigoríficos do país vendiam carne estragada tanto no mercado externo quanto para exportação.

Diretores e donos das empresas estariam envolvidos diretamente nas fraudes, que contavam com a ajuda de servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no Paraná, Goiás e Minas Gerais.

As gravações foram divulgadas após a deflagração da Operação Carne Fraca, nesta sexta-feira (17). Nelas, segundo a PF, é possível identificar as práticas ilegais cometidas pelas empresas. Entre produtos químicos e produtos fora da validade, há casos ainda mais absurdos, como a inserção de papelão em lotes de frango.

O caso envolve grandes empresas, como a BRF e a JBS, mas também frigoríficos menores, como o Peccin, do Paraná. Em um dos áudios gravados com autorização judicial, um dos donos da empresa, Idair Antônio Piccin, conversa com a mulher dele, Nair Klein Piccin, sobre o uso de carne proibida em lotes de linguiça. Os dois tiveram pedidos de prisão preventiva decretada pela Justiça.

Esquema

A operação apura o envolvimento de fiscais do Mapa em um esquema de liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. A denúncia foi feita por um deles.

Segundo a polícia, a Carne Fraca é a maior operação já realizada pela PF no país. Pela manhã, funcionários do ministério foram detidos. Foram investigadas grandes empresas do setor, como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas. Também há envolvimento, segundo a PF, de frigoríficos menores, como Mastercarnes, Souza Ramos e Peccin, do Paraná, e Larissa, que tem unidades no Paraná e em São Paulo.

Em nota, a JBS afirmou que houve ação da Carne Fraca em três unidades produtivas da companhia, sendo duas delas no Paraná e uma em Goiás. Na unidade da Lapa (PR), houve uma medida judicial expedida contra um médico veterinário, funcionário da JBS, cedido ao Ministério da Agricultura.

Segundo a empresa, não há nenhuma medida judicial contra executivos da JBS e que a sede não foi alvo da operação. "A JBS e suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e a comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas", diz a nota. A BRF ainda não se posicionou sobre a situação.